O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a interlocutores em conversas reservadas que Jair Bolsonaro não tem força para promover, de fato, um golpe militar que não apenas vingue como se sustente no tempo. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo.
Na visão do petista, Jair Bolsonaro tenta criar um clima de temor para alimentar a narrativa de que uma suposta polarização nas eleições com o PT poderá aproximar o país de uma situação de caos, já que o mandatário e setores militares esticariam a corda.
No entanto, Lula reforça que o PT, neste ponto, não deveria demonstrar qualquer tipo de receio ou prestar reverência especial aos militares, que, de resto, foram bem tratados e respeitados nos governos do partido.
Na terça (10), Lula descartou qualquer possibilidade de publicar uma carta aberta e dirigida exclusivamente aos militares, como foi divulgado na imprensa. E chamou o desfile dos blindados em Brasília de "patético".
O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim também diz não temer um golpe clássico, com tanques nas ruas.
Na visão de Amorim, a ameaça bolsonarista seria algo parecido com o que Donald Trump tentou fazer nos EUA, e que resultou na invasão do Congresso norte-americano. Ou como ocorreu na Bolívia, em que os militares entraram em cena apenas no final de um golpe liderado por forças policiais. (247).