sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Temer corre para neutralizar nova denúncia e aprovar reforma

Depois de se livrar da denúncia, o presidente quer conquistar novos apoios para finalizar a reforma da Previdência ainda em outubro

Michel Temer cobrará fidelidade da base aliada e irá retirar cargos de deputados infiéis
Michel Temer cobrará fidelidade da base aliada e irá retirar cargos de deputados infiéisFoto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após vencer a votação da denúncia de corrupção passiva, na Câmara Federal, o presidente Michel Temer passou a se concentrar no seus próximos grandes desafios: aprovar a reforma da Previdência e preparar uma estratégia para neutralizar a nova denúncia que deve ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda em setembro. No entanto, para isso, o peemedebista precisará angariar novos apoios e reorganizar os espaços ocupados pela sua base de sustentação no Congresso.

Na última quinta-feira (3), o presidente reservou sua agenda para agradecer o apoio de parlamentares governistas à sua permanência no cargo e para medir a temperatura na base sobre a possibilidade de votar a reforma previdenciária. A intenção é votá-la em primeiro turno na primeira quinzena de setembro e finalizá-la na Câmara e no Senado até o final de outubro.

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No entanto, há resistências entre deputados governistas ao conteúdo da proposta aprovada, em maio, em comissão especial. Nos encontros, o presidente ressaltou a necessidade de reaglutinar a base aliada. Ele recebeu Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Beto Mansur (PRB-SP), Soraya Santos (PMDB-RJ) e Wladimir Costa (SD-PA), que fez uma tatuagem em homenagem ao peemedebista. Temer também se reuniu com o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), que defendeu a reforma previdenciária seja votada apenas com a idade mínima.

A defesa feita por Ramalho é compartilhada por parlamentares do DEM, PSD, PR e PRB. Com a denúncia barrada, o presidente pretende, enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresenta uma nova, reconquistar o apoio do mercado financeiro, reajustar sua base de apoio, acelerar reformas governistas e segurar o apoio do PSDB.

Ele cobrará agora fidelidade dos partidos governistas e pretende retirar cargos de segundo e terceiro escalões de deputados infiéis, entregando-os a parlamentares que votaram contra a denúncia e têm pouco espaço na máquina pública. Para garantir o apoio do PSDB e do PSB, contudo, não fará mudanças na Esplanada dos Ministérios. 

Ele tem dito que a fidelidade dos ministros, que reassumiram mandatos parlamentares para votar contra a denúncia, "será recompensada". Pelos cálculos do Palácio do Planalto, o total de parlamentares governistas caiu de 411 para 370, o que coloca em risco a aprovação de medidas de interesse do governo.

Meirelles
Ainda ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a reforma da Previdência deve ser votada na Câmara e no Senado até outubro. Ele disse ainda que a previsão é que a reforma tributária seja votada logo em seguida, entre outubro e novembro. Na sua visão, o resultado da votação da denúncia na Câmara não deve interferir nas votações das reformas, reforçando que a "conscientização" dos congressistas vai viabilizar a questão.

Na ocasião, 263 deputados votaram pelo arquivamento do pedido de autorização para investigar o presidente da República, mas a reforma da Previdência exigiria 308 deputados. "Estamos trabalhando duro na reforma tributária e ela vai ser apresentada ao Congresso proximamente. Se até lá a Previdência não tiver sido votada, a gente pode votar a tributária primeiro", frisou.

Nova Denúncia

Janot, que deve deixar o posto no dia 17 de setembro, definiu a estratégia para apresentar ao Supremo Tribunal Federal uma nova denúncia contra Temer, desta vez sob acusação de obstrução da Justiça. O presidente é investigado no STF em um inquérito derivado da delação da JBS sob suspeita de dois crimes: integrar organização criminosa e dar aval para o frigorífico comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lucio Funaro. Janot pediu para deslocar a investigação sobre organização criminosa do inquérito da JBS para outro, que vem investigando o chamado PMDB da Câmara.(Folhape).



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