Por Vanessa Siqueira e Raíssa Franca/cadaminuto.com.br - O senador Renan Calheiros (PMDB) esteve presente na solenidade de entrega de 15 ambulâncias do Serviço de Transporte Sanitário, na manhã desta terça-feira (18), no bairro do Jaraguá, e fez duras críticas ao governo de Michel Temer e a Reforma Trabalhista. Ele a classificou como uma medida que massacra os trabalhadores.
Durante a solenidade, Renan Calheiros falou com a imprensa e foi questionado sobre a situação atual política do país e da possibilidade de Michel Temer deixar o cargo. O senador afirmou que o país vive seu pior momento político e citou uma matéria do jornal espanhol El País que tratou da supremacia do judiciário na democracia brasileira. “A política está muito exposta e isso não é bom”, avaliou.
Sobre Temer, Renan disse que assumiu uma posição dentro do PMDB que não é isolada, fazendo menção a outros parlamentares que discordam da política do presidente.
“Assumi uma posição no PMDB que não é isolada, há setores que convergem de que o governo assumiu uma agenda única que massacra o trabalhador, principalmente do Norte e Nordeste. Quando ainda estava na presidência do Senado, tinha proposto a Agenda Brasil, que tratava da Reforma Trabalhista pela ótica do equilíbrio entre patrão e empregado. O presidente tem perdido as condições de governar paulatinamente e essa agenda única é uma estreiteza inadmissível. Precisa de uma agenda ampla que diminua os conflitos para que o país retome o leito natural e volte a crescer.”, afirmou.
O senador também criticou o projeto que permite que a terceirização seja aplicada em vários setores e avaliou as recentes medidas adotadas pelo governo como horrorosas. “A terceirização é exagero e fazer isso quando o país tem 15 milhões de desempregados é muito ruim. Isso fará com que as demissões aumentem. A terceirização sem critérios na prática vai obrigar o trabalhador a trabalhar mais, adoecer mais, vai criar mais consequências para o SUS e ao final será muito ruim para o Brasil. Da mesma forma que a [Reforma] Trabalhista, em pleno no século 21. São coisas horrorosas, pavorosas, que não pensávamos mais em conviver”, disse.
Não há provas contra Lula
Renan Calheiros também comentou a decisão do juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão pelo caso do triplex. Para o senador, não há provas contra o ex-presidente e as informações prestadas pelas testemunhas não são robustas.
“Essa condenação é sem provas. As testemunhas disseram que o triplex estava sendo preparado para o presidente Lula. Ora, o fato de estar sendo preparado para o presidente não significa dizer que o triplex era dele e você condenar e ao condenar tentar tirar do processo eleitoral uma pessoa com a representatividade do Lula é muito ruim. Na democracia, o povo é quem julga. Você não pode atravessar um processo judicial para impedir que pessoas participem do processo”, defendeu.
Renan também disse que Lula deixou um grande legado enquanto presidente, destacou a criação do Bolsa Família e criticou os ajustes realizados que podem fazer com que famílias voltem a passar fome.
“Para além de qualquer coisa, o presidente Lula depois de Getúlio Vargas foi o maior presidente que o país já teve e governou num momento de prosperidade. Ele resolveu coisa fundamentais, como a ascensão da massa salarial. Eu como Presidente do Senado e em outros momentos como líder do partido colaborei com muitas coisas. Fui relator do Bolsa Família e o [atual] governo por falta absoluta de planejamento não reajustou o programa e está excluindo pessoas do Bolsa Família. Uma cidade como Cacimbinhas já sofreu a exclusão de 800 beneficiários. Isso é muito ruim. Esse legado não pode ser desfeito, o Brasil corre o risco de voltar para o mapa da fome e isso é muito ruim”, avaliou. (247).
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