Por Fernando Brito, do Tijolaço -Michel Temer pode ser o que for, mas este é um problema nosso, dos brasileiros.
A notícia, hoje, no Valor (Grupo Globo, é sempre bom lembrar) de que a Procuradoria Geral da República se associou ao Departamento de Justiça do governo americano para gravar o – ainda que ilegítimo – Presidente do Brasil em sua viagem a Nova York, que acabou não se realizando, é a mais desavergonhada sabujice de membros do Estado brasileiro a um governo estrangeiro.
Diz o jornal:
Autoridades de investigação americanas e brasileiras teriam planejado uma ação controlada sobre o presidente Michel Temer nos Estados Unidos, de acordo com fontes oficiais. A operação para obter um flagrante contra Temer ocorreria em conversa com o dono da JBS, Joesley Batista, provavelmente na cobertura que ele tem na esquina da Quinta Avenida com a rua 51, em Nova York. Pelas tratativas, o presidente seria gravado. As negociações entre as autoridades dos dois países estavam consideravelmente avançadas, segundo apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A ação só não foi levada a cabo porque Temer não confirmou viagem que faria aos Estados Unidos, em maio.
O Procurador Rodrigo Janot está na obrigação de apresentar explicações públicas sobre isso e, se não foi o ordenante desta monstruosidade, deve abrir imediata investigação para saber que fez estas negociações espúrias.
Espúrias e ilegais, porque pela lei, só o poder Executivo pode ter relacionamento com Estados estrangeiros, devendo ser o promotor das iniciativas de cooperação entre instituições brasileiras e de outras nações.
Ou será que isso já não vem ao caso, nesta baderna institucional em que vivemos?
Vejam que o próprio jornal antecipa a encrenca que poderia ter sido gerada, “caso a ação controlada nos Estados Unidos tivesse ocorrido”
O presidente poderia ser processado pelas autoridades do país, fato que dificultaria muito as relações com o Brasil.
Dificultaria? Se um Presidente da República ser processado aqui já é um caos, imaginem ser processado lá? Ir depor lá? Ser, eventualmente, preso lá por algum Judge Moro?
O Ministério Público, a confirmar-se esta notícia, ultrapassou todos os limites de sua arrogância imperial. Não apenas julga-se um poder da Nação, o que não é, como passou a considerar-se o próprio Imperador do Brasil.
Ainda bem que isso não se consumou – apenas por um acaso – mas, em casos assim, contenção é gesto e gestos como este são inadmissíveis em um país que minimamente se preze. (247).
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