quinta-feira, 28 de julho de 2022

Líder do governo pediu dinheiro a empresário para ajudar a adiar portaria do Inmetro, diz relatório da PF

Senador licenciado, Eduardo Gomes nega a existência de irregularidades e afirma que pedidos de dinheiro foram "empréstimos"

Eduardo Gomes (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reprodução)

Um relatório da Polícia Federal aponta a existência de mensagens indicando que o senador licenciado e líder do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), pediu que um empresário realizasse depósitos bancários mediante a promessa de ajuda para adiar  uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). 

Segundo o jornal O Globo, a troca de mensagens foi encontrada no celular do empresário Jorge Rodrigues Alves, que atua nos setores de construção civil e iluminação. Alves foi alvo da Operação Lavanderia, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins. Gomes nega a existência de irregularidades e afirma que os pedidos de depósito se referiam a empréstimos. 

Após encontrar comprovantes de depósitos a pessoas indicadas pelo parlamentar, a PF encaminhou, no dia 11 de julho, um relatório sigiloso à 4ª Vara Federal do Tocantins e solicita que o caso fosse encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver um parlamentar que tem direito a foro privilegiado na Corte. 

“Há elementos para se acreditar que parte dos valores movimentados pelo grupo possa ter ido para o referido senador, por meio de Jorge Rodrigues Alves, como forma de manutenção de uma boa relação, assim como para o financiamento de campanhas políticas”, destacou o relatório dos investigadores. Ainda segundo a corporação, os pedidos de dinheiro feitos por Gomes somaram cerca de R$ 760 mil entre 2016 e 2020.

A troca de mensagens apontou ainda, que, em abril de 2019, o empresário pediu ajuda ao parlamentar para atuar no adiamento  de uma portaria do Inmetro que mudaria as especificações das luminárias usadas no sistema de iluminação pública.

A resposta positiva do pleito foi enviada pelo senador no dia 26 de junho de 2019, quando “Gomes encaminhou a Alves um e-mail no qual a presidente do Inmetro informava ao seu gabinete que a vigência da portaria seria adiada em três meses”. 247





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