Reunidos na manhã desta quarta-feira (9) em frente à sede do hospital IMIP Dom Malan, na Rua Joaquim Nabuco, Centro de Petrolina, os familiares de Shislane Milhomes Cavalcante, vendedora, 25 anos de idade, que perdeu um dos filhos gêmeos recém-nascido na madrugada desta quarta, na sala de parto da referida unidade hospitalar. Eles acusam o corpo médico do Hospital Dom Malan, por negligência médica e pedem justiça.
De acordo com a dona de Casa Jesilene Ferreira, 26 anos, acompanhante de Shislane no hospital, a gestante deu entrada na unidade materno-infantil, no sábado 5 de agosto, às 9h. Ela foi atendida por um médico, que a colocou em observação porque a gestante estava com 4 dedos de dilatação e nesse período ela ficou para ser avaliada na sala de triagem.
Ainda segundo Jesilene, da triagem a gestante foi transferida para a sala de parto, fez exercícios e chegou a 8 dedos de dilatação, (A dilatação consiste na abertura do colo do útero para permitir a passagem do bebé para o canal vaginal para ele nascer), a equipe médica disse que ela não estava em trabalho de parto ainda e, a colocaram em uma sala de alto risco, e no domingo (6) deram alta a Shislane.
“Só que ela começou a falar para o médico, doutor estou sentido muita dor estou com contração, não estou bem, estou agoniada porque está saindo uma secreção de dentro de mim. Aí o médico disse para Shislane ir para casa e que se a dor piorasse ela voltasse, mas ela disse que não iria embora e iria permanecer no hospital até os meninos nascerem”, afirmou a acompanhante Jesilene Ferreira, que disse ainda que as enfermeiras trataram mal ela e a gestante.
Na noite da terça-feira (8), segundo a acompanhante, uma médica residente examinou a gestante e disse que os gêmeos estavam vivos, isso até às 0h do mesmo dia, mas a partir da 3h da madrugada da quarta (9) Shislane começou a sentir fortes dores abdominais e a acompanhante saiu pelos corredores do IMIP Dom Malan solicitando ajuda.
“A ajuda só chegou às 4h, aí a enfermeira deu uma medicação a Shislane que eu não sei o que era, e ela apagou por 20 minutos, e quando ela acordou foi vomitando e a dor duplicada e, saia uma secreção verde da vagina dela. A enfermeira disse que era para eu colocar um absorvente em Shislane e quando o médico chegasse era para eu mostrar a ele. E quando médico chegou às 6h, ele só escutou o coração de um menino o outro já tinha falecido”, frisou a acompanhante.
Ainda abalada com a morte de um dos netos recém-nascido, a comerciante Maria de Fátima Milhomes, mãe de Shislane Cavalcante, ressaltou que vive um momento de dor por causa de um descaso do Hospital IMIP Dom Malan, que se estivesse prestado socorro na hora certa, o seu neto estaria vivo.
“Estou revoltada com o sistema de saúde do nosso país, com a saúde aqui de Petrolina, com o IMIP, e pra te falar a verdade estou com vergonha de ser brasileira. Nunca sentir vergonha do Brasil, como estou sentido hoje na perda do meu neto”, destacou a avó que pede justiça para a morte do neto. E completou: “E se não houver justiça no caso, aí eu sei que realmente nosso país está perdido, porque, como é que acontece uma negligência desta e, não há justiça, tem que haver justiça”, concluiu Maria de Fátima, que desmaiou minutos após a entrevista ao Blog do Banana. Por Jean Brito, jornalista, (Blog do Banana).
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