Jair Bolsonaro sofreu importante derrota nas eleições municipais deste ano. Dos 16 candidatos a prefeito apoiados por ele, 12 perderam as disputas
Aliado de Bolsonaro, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), não conseguiu se reeleger, sendo ultrapassado por Eduardo Paes (DEM). Em São Paulo, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), não passou do primeiro turno. São duas derrotas simbólicas do bolsonarismo no embate eleitoral que se encerrou neste domingo, apesar de que no Palácio do Planalto auxiliares do presidente minimizarem o revés político, sob o argumento de que o chefe do Executivo não participou diretamente das campanhas.
Neste segundo turno, Bolsonaro viu apenas Tião Bocalom (PP), em Rio Branco (AC), e Roberto Naves (PP), em Anápolis (GO), serem eleitos. Outros candidatos para os quais ele pediu votos não tiveram bom desempenho nas urnas. Também apadrinhados pelo presidente, Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, e Delegado Eguchi (Patriota), em Belém, foram derrotados.
Em Belo Horizonte, Bruno Engler (PRTB) perdeu ainda no primeiro turno, tal como Russomanno.
Bolsonaro criticou no domingo duramente as urnas eletrônicas, insinuou que o atual sistema não é confiável e defendeu a apuração pública dos votos. “Eu, como presidente da República, quero voto impresso já”, afirmou ele. Logo após votar, na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, zona Oeste do Rio, Bolsonaro disse estar conversando com líderes da Câmara e do Senado sobre a necessidade de retorno do voto impresso. Para ele, as mudanças dependem somente de um acordo entre o Executivo e o Legislativo.
Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, porém, a Organização dos Estados Americanos (OEA) considera o Brasil como dono do “mais ágil e seguro sistema de apuração das Américas”. “Só posso explicar (funcionamento de urnas eletrônicas) para quem quer entender. Para quem não quer entender, não há fármaco jurídico possível”, disse o ministro ao comemorar a apuração sem grandes incidentes no segundo turno. “O presidente da República tem liberdade para exprimir sua opinião. Sou juiz, não posso me impressionar com retórica política. Respeitando a opinião do presidente, penso que voto impresso traria grande tumulto a processo eleitoral”, informa O Estado de S.Paulo.