Revelação foi feita pelo próprio André Marinho, filho do suplente de Flávio Bolsonaro, em vídeo no YouTube. Especialistas não enxergam crime eleitoral no episódio
Por: Deborah Fortuna
Por: Correio Braziliense
Foto: Reprodução/Youtube
Em vídeo que viralizou nas redes sociais, o filho do empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado, disse ter enganado eleitores ao imitar a voz do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha presidencial. André Marinho, 24 anos, contou o episódio em vídeo publicado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) no YouTube.
O vídeo com André faz parte de uma série de vídeos do programa de entrevistas do MBL chamado Teste do sofá. Ao lado do deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) e deputado estadual eleito Arthur do Val (DEM-SP), youtuber do canal Mamãe Falei, o filho do empresário mostra a capacidade de imitar várias pessoas, inclusive o presidente eleito.
André diz, então, que falas suas passaram a ser divulgadas pelo WhatsApp como se fossem o próprio Jair Bolsonaro. Em um dos casos, ele diz que gravou um áudio dirigido a garimpeiros de Serra Pelada (PA), segundo ele um "reduto petista". O jovem conta que chegou a forçar a voz para soar abatido, pois Bolsonaro já havia sofrido o atentado a faca.
"Estamos aqui agradecendo as orações, e dizer que conto com vocês aí para o que der e vier. Vocês sabem que terão em mim um defensor implacável de agora em diante, tá ok? Valeu pessoal", diria a mensagem. Marinho revela, então, ter recebido muitas mensagens de garimpeiros "chorando". "Então, eu devo ter virado uns 50 mil votos", brincou. "Eu não sei se isso é crime eleitoral ou não, mas eu tava correndo esse risco", disse.
"Sem consequências"
O advogado eleitoral Francisco Emerenciano acredita que o vídeo não possa ser considerado crime eleitoral. "É uma manifestação pessoal", afirmou. "Até porque não haveria gravidade suficiente para desequilibrar o pleito. Não dá para ver gravidade no caso. Na minha opinião, óbvio, poderia ser considerada uma brincadeira de mal gosto, mas não haveria consequências no processo eleitoral", avalia.
O especialista em direito eleitoral Daniel Falcão, professor do IDP, afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só poderia se manifestar sobre o caso se fosse provocado, ou seja, se alguém fizesse uma reclamação à Justiça sobre o fato. "Mas isso também é muito difícil. A eleição acabou. Esse é o tipo de questão que não se provoca depois da eleição", opina.
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