sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Animais marinhos mortos no Litoral Sul entram na mira do MP

Dois golfinhos, seis filhotes de tartaruga e cinco peixes, foram encontrados em decomposição em Itapuama e Xaréu

Mortandade foi denunciada pela Folha há sete meses. Ministério quer evitar que não se repita


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil a fim de acompanhar estudos que deverão elucidar a causa da mortandade em massa de animais marinhos entre as praias de Itapuama e Xaréu, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. 

Degradação florestal, monitoramento da qualidade da água e a rota migratória dos animais estão entre os pontos a serem contemplados nas pesquisas, por meio de termo de cooperação entre o poder municipal e estudiosos da UFRPE. A iniciativa ocorre sete meses após a Folha de Pernambuco denunciar o caso. Na época, uma equipe da Guarda Ambiental, enviada pela Secretaria de Meio Ambiente do Cabo, constatou a presença de dois golfinhos, seis filhotes de tartaruga e cinco peixes, os quais as espécies não foram identificadas devido ao estado avançado de decomposição. 

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De acordo com a promotora de Justiça à frente das investigações, Janaína Sacramento, o inquérito civil entra como um desdobramento do caso. “Entendemos a inviabilidade de, na época, a necrópsia não ter sido feita porque os animais estavam em decomposição. 

Mas, não significa que é um assunto impossível de ser esclarecido. Há outras formas de chegar ao motivo. Existe essa proposta de termo de cooperação entre a prefeitura e a Universidade Federal Rural a fim de elucidar o que houve e nós, enquanto Ministério Público, iremos acompanhar para evitar que esse problema se repita”, afirma. Na época, os animais foram enterrados num local isolado da área. 

Os moradores e frequentadores das praias do Cabo até se impressionaram com a situação que, segundo eles, foi atípica na região. Procurada pela Folha, a gestão municipal confirmou o apoio da UFRPE, mas que o termo de cooperação técnica, embora já discutido e apresentado ao MPPE, ainda não foi assinado. “A Prefeitura do Cabo não dispõe de laboratório de pesquisa, que trate o estudo sobre a balneabilidade da água, que poderá apontar o que aconteceu, por isso buscou apoio junto à UFRPE”, reconhece a atual secretária executiva de Meio Ambiente, Lúcia Escorel.

A gestora, inclusive, ressaltou a importância do estudo. Segundo ela, ao pesquisar a rota migratória dos animais, torna-se possível esclarecer se eles morreram, de fato, no município. “Não significa que porque apareceram no Cabo que os animais morreram nas praias de Itapuama e Xaréu. Muitos animais morrem em alto-mar e são trazidos à costa por correntes marinhas”, considera.

Protocolo
O MPPE esclarece que qualquer denúncia ambiental pode ser protocolada por meio do 3182.3314 ou 3326 e também na Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Cabo, que fica na avenida Presidente Getúlio Vargas, 464, no centro do município.(Folhape).



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