Pesquisa realizada pelo site Mundi
indica que a alta dos preços surpreendeu as pessoas que tentaram comprar
passagens aéreas nos últimos quatro meses para os destinos que
receberão os jogos da seleção brasileira na primeira fase da Copa do
Mundo em Brasília e Salvador – únicos confirmados até o momento -, além
da abertura e encerramento da competição, em São Paulo e no Rio de
Janeiro, respectivamente.
Em setembro deste ano, por exemplo, uma
pessoa comprava um bilhete aéreo para o trecho Recife-São Paulo por R$
1.046,90. Isso sete meses antes do evento. Agora, se adquiridos para
dezembro próximo o preço para o mesmo trecho custa R$ 798. No estudo, o
Mundi considerou os menores preços encontrados em julho, agosto,
setembro e outubro, partindo das cidades onde a procura pelos quatro
destinos havia sido maior. Para comparação com os valores cobrados para
os dias dos jogos, o site produziu simulações de uma viagem para o
começo do mês de dezembro, marcada apenas com um mês de antecedência.
Segundo a gerente de marketing do Mundi,
Juliana Veneziani, esperava-se que as passagens compradas com meses de
antecedência fossem ser menos nocivas ao bolso do consumidor. “Quando se
marca uma viagem sete meses antes imagina-se que o preço fique abaixo
do que a que foi marcada com um mês antes”, comentou.
Na maioria das situações testadas pela
empresa, as passagens custariam pelo menos o dobro de uma viagem fora da
época da Copa do Mundo. Para abertura do evento, uma ponte aérea entre
Rio-São Paulo, de R$ 152 em voo normal para o mês de dezembro deste ano,
passou para R$ 1.104,46, se comprada em setembro passado. Neste caso, a
elevação foi de 627%, a maior registrada. A menor diferença foi de 11%
nos voos Recife-São Paulo, que de R$ 798 passaram para R$ 885,71.
Segundo o assessor especial do Instituto
Brasileiro de Turismo (Embratur), Vicente Neto, o órgão encaminhou
ofícios para a SAC e para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) pedindo abertura de processos para investigar as supostas
irregularidades. “Criamos um comitê com a tarefa de acompanhar e coibir
abusos”, disse. Neto contou que após o dia 6 de dezembro, data do
sorteio dos jogos, as empresas terão 15 dias para apresentar ao governo
uma proposta de malha aérea e a composição dos preços durante o evento.
Conforme a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), os preços das passagens serão acompanhados e as práticas
abusivas serão denunciadas ao Cade e à Secretaria de Acompanhamento
Econômico do Ministério da Fazenda. Sobre a questão das tarifas, a
Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse que “é
extremamente sensível à relação entre oferta e demanda e, considerando
os altos custos envolvidos, as empresas aéreas são obrigadas a gerenciar
essa relação de forma criteriosa e atenta, uma vez que trabalham com
margens operacionais muito pequenas”. As informações são da Folha de
Pernambuco.
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