VIDA PLENA
Condição de pele é caracterizada por manchas brancas e não é contagiosa
Um tema relacionado à saúde da pele tem ganhado destaque no último mês com a participação da modelo Natália Deodato no Big Brother Brasil 22: o vitiligo. Há muito considerada uma doença autoimune, ela é caracterizada pela perda da coloração da pele devido à diminuição ou à ausência de melanócitos, células responsáveis pela formação da melanina.
O dermatologista Paulo Guedes, do Hospital Jayme da Fonte, faz parte do grupo de especialistas que não classifica o vitiligo como uma doença, mas como uma condição de pele. “Vitiligo não tem sinais e sintomas e não é contagioso, a única coisa que se caracteriza é uma condição peculiar de pele, mas não afeta a condição de saúde do paciente”, disse. “O fator genético importa, mas não existe um gene específico que cause o vitiligo, você pode ter mesmo que ninguém na família tenha”, acrescentou.
As primeiras manchas podem aparecer ainda na infância ou já na fase adulta e não há maiores incidências relacionadas ao sexo ou à cor dos pacientes. A educadora social Maria do Carmo Santos, de 51 anos, identificou o vitiligo aos 30. “Foi uma das piores sensações porque de repente você se acha linda, maravilhosa, e, de uma hora para outra, surge uma doença auto imune, na pele, visível, que as pessoas ainda têm preconceito.” Foram anos até o processo de aceitação, enfrentando, ainda, o preconceito da sociedade. “Hoje eu saio que não escondo nada. Eu achei a beleza em mim”, contou.
Como explica a psicóloga Fernanda de la Torre, a mudança na aparência pode afetar a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a discriminação influencia a percepção da pessoa sobre si, gerando sentimentos como insegurança, inadequação e angústia. “Entender mais sobre o vitiligo, tirar todas as dúvidas, desmistificar medos e preconceitos é um caminho importante. O paciente ter espaços para falar, compartilhar e ouvir pessoas que tenham vivências parecidas também pode auxiliar nesse processo”, destacou.
De acordo com Guedes, o vitiligo pode ser estável ou instável e há possibilidades de tratamentos tópicos ou associados a imunossupressores e medicamentos. “O fato de uma pessoa ter vitiligo não compromete a saúde geral dela, muito pelo contrário. As pessoas que têm vitiligo vão ter menos câncer, vão ter uma vida mais longa e mais produtiva. Isso já está comprovado porque a mesma coisa que fez o sistema imunológico atacar os melanócitos vai fazer também com que ele ataque um câncer em formação. Então, vão ter uma expectativa de vida maior.” (Canal Saúde/FolhaPE).