quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Lula diz que crise do Rio é resultado da quebra da Petrobrás e do comportamentos das elites

 

(Foto: Reuters | Divulgação)

Em entrevista, nesta quarta-feira, à TV 247, o ex-presidente Lula afirmou que a crise do Rio de Janeiro resulta da quebra da Petrobras e do comportamento das elites que administraram o estado nos últimos anos. Wilson Witzel “é um picareta”, acusou. Sérgio Cabral “foi um desastre”, completou. Para ilustrar a crítica às elites, recordou também uma confidência que lhe teria feito o ex-senador Francisco Dornelles, em uma favela: “Eu não sabia que o Rio era tão pobre”. Para Lula, o Rio é resultado de suas elites.

Numa parceria entre o Brasil 247 e a Agenda do Poder, o ex-presidente Lula fez uma diagnóstico da crise no estado, recordando os investimentos de seu governo, que, segundo ele, não foram superados nem mesmo durante a gestão do presidente Getúlio Vargas.

- Não existe na história do Brasil, mesmo quando doutor Getúlio era presidente, um presidente que investiu a quantidade de dinheiro que eu investi no Rio. Não existe; em política de investimento, de infraestrutura, de estrada, de metrô, de desenvolvimento econômico, estaleiro, em indústria de óleo e gás, de habitação para aquele povo. Lamentavelmente o Rio de Janeiro foi destruído.

O ex-presidente relacionou a quebra da Petrobras, resultante do ataque promovido pela Lava Jato à empresa, ao agravamento da crise fluminense.

- A quebra indústria de óleo e gás, da Petrobras, quebrou o Rio, porque o estado depende muito da empresa, da indústria naval, do setor de modo geral. Uma pena.

Após afirmar que o Rio é o cartão postal do Brasil, Lula revelou que, em seu governo, não se conformava em ver o Estado somente nas manchetes policiais.

- Eu dizia: vou investir no Rio de janeiro porque eu acho que o Rio não pode aparecer nos jornais apenas nas páginas policiais. O Rio de janeiro é um grande cartão postal do Brasil no mundo. Quem viaja sabe como é gloriosa a imagem do Rio. Lamentavelmente, a destruição da indústria de óleo e gás, da Petrobras, acabou empobrecendo o estado.

O ex-presidente reservou um bom espaço para criticar as elites que administraram o estado. De Cabral a Witzel, passando por Dornelles, todos mereceram reprovações:

- Se é verdade o que se fala de Sérgio Cabral, foi um desastre. Depois, o Rio elege o governador que elegeu. Ah o cara é juiz, o cara é bom. O cara é um juiz, o cara é um picareta. O cara bom é o que tem experiência política, tem sensibilidade, conhece o povo, toma uma cachaça num bar da esquina, já tomou cafezinho com a mulher da favela.

Lula recordou ainda momentos vividos ao lado de ex-senador Francisco Dornelles numa favela carioca:

- Uma vez eu estava com Dornelles num palanque. O Dornelles já no fim da vida. Ele me falou: Presidente, eu já fui tudo neste país mas eu não sabia que o Rio de janeiro era tão pobre. Ele nunca tinha entrado numa favela, nunca tinha visto tanta miséria. Assim é a elite política brasileira.

A elite não sabe como o povo vive. Não sabe como é uma dona de casa entrar no supermercado e ver que a cebola aumentou 43%, que a batata 67%, que tomate 40%. Não sabe. Não sabe o que uma dona de casa ir num açougue e não ter dinheiro para comprar dois pés de frango e um pescoço. O Rio de Janeiro é resultado das elites.

A intervenção federal na Segurança Pública, durante o governo de Luiz Fernando Pezão, também foi objeto de críticas.

- Lamentavelmente mandaram um general para lá. Gastaram milhões. Qual foi a política de segurança, qual foi a política de pacificação? Nenhuma.

Para mostrar a eficiência das ações sociais do Estado nas favelas, Lula citou declaração do ex-chefe do tráfico da Rocinha Nem, hoje preso. E afirmou que o povo não quer arma.

- Tem um bandido famoso do Rio, o tal de Nem (da Rocinha), que disse que no meu governo tiramos um monte de gente da quadrilha dele porque foram trabalhar no PAC.

- Dê emprego para o povo que ele não vai roubar celular, dê emprego pro povo que ele vai cuidar de sua família, vai fazer sua casinha, seu barraquinho, seu puxadinho. O povo não quer arma, quem quer arma é bandido, é grileiro, é bolsominion. O povo quer trabalhar. Esse país que precisamos recuperar. (Do Agenda do Poder).

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