247 - O economista Paulo Nogueira Batista Junior, ex-diretor-executivo do FMI e ex-vice presidente do Banco dos Brics, afirma que a realidade econômica começa a ser mais forte que os delírios dogmáticos do neoliberalismo desalmado de Paulo Guedes e Bolsonaro. Batista argumenta que a economia brasileira se desorganizou desde o golpe de 2016 e que as mentes ficaram mais 'estreitas'.
Em entrevista ao Canal do Conde, o economista lembra ainda o quão o Brasil foi respeitado no exterior na época dos governos Lula e que ele, enquanto brasileiro e diretor da instituição, circulava nos corredores do Fundo Monetário com prestígio de um executivo das maiores economias do mundo.
Nogueira batista ainda relata sua estupefação ao testemunhar um governo totalmente desconectado da realidade econômica e social do país. Segundo o economista, não há condições objetivas de sequer torcer para um governo com estes traços "dar certo", uma vez que eles negam os problemas reais do país, como as altas taxas de desemprego e a estagnação da economia.
O ex diretor do FMI ainda comenta a história recente do país. Fala de Delfim Neto, dos erros e acertos que caracterizaram a longeva carreira do ministro da ditadura (mais erros que acertos) e do legado minimo deixado pelo PSDB na estabilização da moeda, ainda que a um custo muito alto, sobretudo nos descaminhos do segundo mandato de FHC.
Batista relembra sua passagem no FMI e no banco dos Brics, destacando que sua saída do banco que ousou confrontar o sistema financeiro americano estabelecido se deu no clima de expurgo e perseguição do pós-golpe de 2016. Como Lula, Nogueira Batista sofreu lawfare, prática cada vez mais comum nas disputas políticas e comerciais mundo afora.
Ele faz questão de mencionar a perseguição recebida pelo ex-presidente Lula, dizendo que leu a peça condenatória do Triplex e que se indignou com a precariedade dos argumentos e das provas ali apresentadas.
O economista, que também foi colaborador no setor jornalístico do Grupo Globo, conta - ainda relatando seu desligamento do Banco dos Brics - que agentes ligados ao governo Temer, contrariados com sua presença, abriram mão de monitoramento até de seus artigos de opinião em jornais brasileiros que, ao cabo, serviu como álibi para sua destituição da vice-presidência da instituição, configurando assim mais um processo de lawfare nos interstícios do golpe de 2016.
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