O comandante-geral da Polícia Militar, Marcelo Salles, informou que os dois jovens autores dos tiros na Escola Estadual Professor Raul Brasil nesta manhã usaram um revólver calibre 38 e uma arma medieval semelhante a um arco e flecha. Até o momento, pelo menos 10 pessoas morreram no ataque.
Segundo os policiais, os atiradores atacaram, inicialmente, um lava-jato que estava ao lado do colégio e depois entraram na escola atirando na coordenadora pedagógica, num funcionário e nos estudantes.
Salles disse ainda que os estudantes atacados estavam na hora do recreio. De acordo com ele, os atiradores se suicidaram em um dos corredores da escola. Segundo o policial, há artefatos explosivos dentro do colégio, por isso é fundamental o isolamento da área.
Na parte externa do colégio, o governador de São Paulo, João Doria, disse ter visto hoje as cenas mais tristes da sua vida. Ele cancelou a agenda e seguiu para o local com autoridades de segurança pública e da área de educação do estado.
O crime ocorreu por volta das 9h30. Segundo informações da Polícia Militar, dois jovens armados e encapuzados invadiram o local e efetuaram disparos contra os alunos. No final , as autoridades de São Paulo concederão nova entrevista sobre o caso.
No total, 23 pessoas foram encaminhadas a unidades de saúde: Hospital Santa Maria (9), Santa Casa (3), Hospital Luzia de Pinho Mello (2), Hospital Santana (2), Hospital Santa Marcelina (5), Hospital das Clínicas (2). (Agência Brasil)
‘Eles não queriam algo de valor, ou vingança. Eles queriam matar todo mundo’, diz aluna sobrevivente de ataque em Suzano
Enquanto dois atiradores encapuzados disparavam a esmo durante o intervalo do Ensino Médio na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), por volta das 9h40 desta quarta-feira, uma aluna de 17 anos deixava o pátio correndo na direção de um banheiro para se esconder. Em desespero, ligou para seus pais para se despedir, pois pensava que não conseguiria sobreviver. Segundo a adolescente, que preferiu não se identificar, outros estudantes fizeram o mesmo. Os responsáveis pelo ataque mataram oito pessoas, sendo o dono de uma locadora de carros próxima, cinco estudantes e duas funcionárias do colégio. Em seguida, se suicidaram.
— No início, como ninguém chegava, todo mundo começou a ligar pros pais e se despedir. Quando eu liguei pra polícia, eu estava desesperada. O policial ficou sem reação, então eu liguei pros meus pais e pedi pra eles chamarem a polícia. Eu disse que os amava. Era uma mistura de ter forças pra pedir ajuda e estar destruída demais pra acreditar que sairia dali — contou a jovem, de 17 anos, por mensagem no WhatsApp, por estar ainda muito abalada e não conseguir falar. — Eu ainda não estou estabilizada — explicou.
‘Só deu tempo de ver o primeiro menino caindo no chão’
Até o momento do ataque, o dia na escola seguia normal. A estudante do 3º ano do Ensino Médio teve duas aulas de sociologia e uma de filosofia e, durante o intervalo, viu alguns alunos na fila da merenda, outros sentados conversando, rindo.
— Em um momento, a gente estava feliz e, no outro, estava implorando pra viver.
A mudança de um clima tranquilo no colégio para um momento de pânico foi brusca. A aluna disse ter pensado que o primeiro disparo fosse “algo caindo”. Após outros dois, relatou ter começado a correria. Ela contou ter se apressado com os amigos até um banheiro masculino, que ficou lotado de jovens muito assustados. Pouco antes de se abrigar lá, chegou a ver um aluno sendo atingido. Ela ressaltou ter imaginado que não fosse conseguir escapar. (O globo)
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