O sonho do 'mercado", bancos, fundos de investimentos e milionários, já está se transformando. O mercado começa a descobrir que Bolsonaro é a grande fake news da eleição. Depois de se comprometer com a agenda ultraliberal dos muito ricos do país, o candidato fascista sinalizou um giro em entrevista na noite de terça-feira (9), com um discurso antiprivatizante. Resultado: o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, teve forte queda nesta quarta-feira, de 2,8%. A manchete desta quinta de uma das bíblias do mercado, o jornal Valor Econômico, é a expressão da frustração.
Segundo Bolsonaro, se eleito, Bolsonaro não venderá o "miolo" da Eletrobras nem da Petrobras. Ele deixou claro, ainda, que não aprecia o fato de os chineses estarem comprando empresas de energia no Brasil. Aparentemente, Bolsonaro está operando um giro no interior de sua campanha, com a perda de espaço de Paulo Guedes e sua agenda ao gosto do mercado e abrindo espaço para o círculo de militares de extrema-direita de perfil nacionalista e estatizante.
"Energia elétrica a gente não vai mexer (...) O que dá errado lá [nas estatais] é indicação política, que provoca ineficiência e corrupção ", disse Bolsonaro Band. O efeito foi devastador sobre as "expectativas do mercado" (termo que os economistas neoliberais e ultraliberais adoram). Depois de subir 4,57% na segunda-feira, um dia após Bolsonaro terminar o primeiro turno da eleição com 46% dos votos válidos, o Ibovespa caiu nesta quarta 2,8%. O dólar, ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos dias, valorizou-se 1,42%
As ações de empresas estatais foram as mais castigadas. A ação ordinária (com direito a voto) da Eletrobras recuou 9,21%, enquanto a preferencial teve queda de 8,36%. Os papéis da Petrobras, que se valorizaram durante o período de euforia dos mercados com Bolsonaro, perderam ontem, respectivamente, 3,7% e 2,87%. Já a ação ordinária do Banco do Brasil teve baixa de 4,23%. O peso das três ações no Ibovespa é de 18,1%.
"As declarações de Bolsonaro acabam gerando um ruído e receios de mudança em uma estratégia pró-privatização que parecia mais clara e mais firme. A indefinição e a incerteza também são fatores-chave para o mercado e têm um preço", diz Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, à repórter Juliana Machado, do Valor Econômico (aqui).
Bolsonaro é confiável? Como é possível acreditar no candidato que estruturou sua campanha sobre uma montanha de calúnias, mentiras e fake news? O mercado confiou, por sua ojeriza-raiva-medo do PT, apesar de os governos de Lula e Dilma terem sido de grande estabilidade para o país. Já surgem os sinais de que pode estar se metendo numa enorme armadilha.247
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