terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

“Todos aqueles que cometeram crimes contra a democracia, com farda ou não, devem ser punidos”, diz Boulos

“Não é por vingança. É por justiça, por reparação e pelo nosso futuro. O país nunca vai cicatrizar uma ferida se não for com reparação”, diz o deputado à TV 247

Deputado Guilherme Boulos (Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados | Joedson Alves/Agencia Brasil)

“Todos aqueles que participaram do genocídio ianomâmi, do genocídio praticado durante a pandemia com o boicote da vacina, das restrições sanitárias, todos aqueles que estimularam o golpe de estado e cometeram crimes contra a democracia, todos eles, tenham farda ou não tenham farda, precisam ser punidos”, defendeu o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) em entrevista à TV 247.

Para o parlamentar, a punição pode ajudar o país a acabar com ‘o clima sufocante de ódio’. “Não podemos confundir a necessária pacificação do país - e quando eu digo pacificação não é esconder os conflitos, é sair desse clima de ódio, sufocante, das famílias brigando entre si, de gente se matando por política e ideologia no meio da rua - com perdão e anistia. Não é por vingança. É por justiça, por reparação e pelo nosso futuro”. 

Boulos também destacou a importância pedagógica do cumprimento da lei.   

“Se isso fica impune, estamos dizendo que é permitido. É uma espécie de salvo-conduto. E aí de novo, por alguma razão da história ou da democracia, se esses caras voltam para o poder, vão fazer pior. Ou seja, o país nunca vai cicatrizar uma ferida se não for com reparação. O remédio para a cicatrização histórica é a reparação, é a justiça. Não é o esquecimento. Nós já sentimos isso na pele. Como é que esse país lidou com a abolição da escravidão? Não foi incluindo os negros e negras, não foi fazendo reparação histórica, foi mantendo o racismo estrutural. E nós pagamos esse preço até hoje. Como é que esse país lidou com o fim da ditadura militar? Não foi com reparação em relação aos torturados, às vítimas da ditadura. Foi fazendo um grande pacto, uma anistia por cima. E o resultado foi um cara que defende torturador virar presidente da República 30 anos depois, porque isso foi normalizado na sociedade. Fica um passado que nunca passa. Então nós precisamos cicatrizar essa ferida, de tudo que aconteceu no Brasil desde o golpe, desde a eleição do Bolsonaro. E eu acredito que a melhor forma de cicatrizar essa ferida é trazer à público, julgar as pessoas no devido processo legal”, finaliza. 247.





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