sábado, 12 de março de 2022

Com três candidaturas, oposição em Pernambuco vê chance de reproduzir cenário de 2006

 FOLHA POLÍTICA

Conjuntura se dá menos por estratégia, dizem aliados, e mais por decisões individuais


                         Por Renata Bezerra de Melo

Raquel Lyra, Miguel Coelho e Anderson Ferreira devem concorrer ao governo  - Foto: Prefeitura de Caruaru / Prefeitura de Petrolina / Paullo Allmeida


A decisão se dá menos por estratégia, dizem fontes que participam das articulações, e mais por movimentos individuais que foram evoluindo até chegar ao ponto atual. Ainda que isso ainda não tenha sido formalizado, nos bastidores da Oposição, praticamente não restam dúvidas de que o conjunto terá três candidaturas ao Governo do Estado: Raquel Lyra, Anderson Ferreira e Miguel Coelho.

Se a ausência de recuo de um dos postulantes não foi, exatamente, calculada, o cenário que se desenha para o pleito já vem sendo visto como algo que, matematicamente, pode funcionar, considerando o exemplo da última disputa em que a chapa governista acabou derrotada por um nome da Oposição: 2006.

Em conversas reservadas, nas hostes oposicionistas, já se fala que será a primeira vez que esse quadro, de três forças da Oposição que não vão se compor, se repete desde aquele ano, quando, sublinha uma fonte desse conjunto em reserva, "a máquina do, então, governo Jarbas Vasconcelos e de Mendonça Filho não teve força para superar a Oposição tão dividida".

Naquele 2006, Eduardo Campos havia entrado na disputa em terceiro lugar, bem atrás do ex-governador Mendonça Filho e do, hoje, senador Humberto Costa, mas acabou vencendo com 65,36% dos votos. "O que foi em 2006, agora, se repete com as mesmas características, serão três candidaturas", comenta, à coluna, outra fonte que segue a mesma linha de raciocínio.

Com isso, as Oposições fortalecerão três focos mais pesados de resistências, incluindo a Região Metropolitana, área de influência de Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, o Agreste, onde Raquel Lyra comanda a Prefeitura de Caruaru, e o Sertão, reduto de Miguel Coelho, prefeito de Petrolina.

Assim, ainda que, via vontades individuais, o quadro caminha para um retrato que não parece incomodar os postulantes. Em 2006, além de Humberto, Eduardo e Mendonça Filho, disputaram o Palácio das Princesas ainda: Clóvis Correa (Prona), Edilson Silva (PSOL), Kátia Teller (PSTU), Luiz Vidal (PSDC), Oswaldo Alves (PCO) e Rivaldo Soares (PSL). Considerando os casos atuais, de Miguel, Anderson e Raquel, cada um, dizem os próprios aliados, escolheu a posição que melhor se adequaria a seus projetos, mas isso não tem sido mais visto como empecilho.

O que dirá Lula
Tanto Danilo Cabral como Paulo Câmara embarcaram, nesta quarta (09), para São Paulo. Vão à mesa com o ex-presidente Lula nesta quinta (10). Será o primeiro encontro do petista com o socialista após Danilo ter sido lançado como candidato a governador, Há uma expectativa de que o líder-mor do PT se pronuncie sobre a vaga do Senado na chapa encabeçada pelo PSB.

Vista grossa > Tanto uma ala do PT como uma do PSB fazem uma leitura de que a postura de Lula não tem sido de quem pretende brigar pelo espaço do Senado. A avaliação coincidente dá conta de que ele aceitará a montagem que for melhor para o PSB, ainda que os socialistas julguem ser melhor o PT na vice.

Morreu > Como a coluna cantara a pedra, a reunião sobre federação, realizada ontem, foi conclusiva e o resultado não fugiu do previsto. O PSB ficou mesmo de fora. À coluna, nos últimos dias, o senador Humberto Costa já havia declarado que a federação com PSB "morreu" após o impasse na Paraíba. No PSB, a temperatura era a mesma. Agora, PT, PCdoB e PV vão federar.

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