terça-feira, 30 de março de 2021

Reforma administrativa do Governo Bolsonaro repercute na política, judiciário e Forças Armadas

 

Reprodução/Instagram

A repercussão da queda do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi abafada por uma sequência de mudanças ocorridas no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ainda durante a manhã, o anúncio do pedido de demissão de Araújo do cargo repercutiu enormemente nas redes sociais. Ao longo do dia, a cada mudança, deputados, senadores e políticos brasileiros comentavam as novidades.

Entre as mudanças, a nomeação da deputada federal Flávia Arruda para a Secretaria de Governo foi considerada uma vitória do ‘centrão’. Tanto que a alteração foi vista como positiva pelo presidente da Câmara. O parlamentar afirmou que, por ser presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Flávia Arruda tem bom trânsito com os pares. Em reserva, um parlamentar comentou que a indicação é considerada no Congresso como sendo "uma vitória do centrão". Agora, o grupo terá um aliado conduzindo as articulações políticas. 

Já a demissão de Azevedo pegou de surpresa os generais que integram o alto comando do Exército. Generais se reuniram na semana passada em Brasília com o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, e a demissão do ministro não estava no radar desses militares.

A saída do general da pasta da Defesa foi vista com preocupação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de assumir o ministério, o general era assessor do então presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli. Na época, ele estabeleceu boa relação com os ministros e manteve contato com eles depois de ir para o governo. Integrantes da corte lembram que, quando Bolsonaro insinuava acionar o Exército para resolver em seus embates políticos, era Azevedo quem entrava em contato com os ministros da corte para afirmar que as Forças Armadas respeitam a Constituição e não concordam com a ideia de um novo golpe de Estado. Após deixar o Ministério da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva afirmou a ministros do STF  que não há risco de politização das Forças Armadas e que os órgãos não irão se inclinar a eventuais medidas autoritárias do presidente Jair Bolsonaro.

Já a saída de Ernesto Araújo foi vista com bons olhos por parlamentares e, até mesmo na diplomacia. Diplomatas brasileiros nos Estados Unidos viram a queda com alívio, visto que ele era forte defensor do ex-presidente Donald Trump, o que poderia atrapalhar as relações com o Governo Biden. 

Um parlamentar pernambucano disse à boca miúda que uma reforma ministerial já era especulada. No entanto, hoje, todos foram surpreendidos com a urgência da pauta. "Acredito que ele precisou demonstrar sua autoridade de presidente e mostrar que a saída de Ernesto não seria um trunfo para o Congresso, que a cena seria roubada quando ele decidisse", disse.

Pernambucanos

A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que nacionalmente preside o PCdoB, escreveu em seu Twitter sobre algumas das modificações ocorridas ao longo do dia. "Não adianta trocar de ministro, precisamos trocar de presidente. Em meio à maior crise sanitária de nossa história, o Brasil está à deriva", escreveu Luciana.

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) escreveu sobre a expectativa pelo cenário da diplomacia do Brasil com a mudança do chanceler. "Após isolar completamente o Brasil no cenário internacional e de ter agido para aumentar os problemas do País na pandemia, Ernesto Araújo pede para sair. O Brasil agradece", avaliou Tadeu. O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Danilo Cabral, avalia que "a questão principal, além da mudança de nomes, é a mudança na política", diz. "Não adianta trocar o ministro se você preserva a política que vinha sendo conduzida de forma equivocada", explica o líder socialista. (Por Blog da Folha).


BLOG DO BILL NOTICIAS

RS contabiliza meio milhão de pessoas afetadas pelas chuvas

  Dos 497 municípios, pelo menos 317 sofrem consequências dos temporais Lauro Alves/Secom As fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grand...