Tiroteio incomum ocorre um dia depois de Kim Jong-un ter aparecido em público
(Foto: Brendan Smilowsi/AFP)
Seul, Coreia do Sul - A Coreia do Norte fez vários disparos na direção da Coreia do Sul neste domingo (3), no nível da zona desmilitarizada que divide a península, provocando uma resposta do Exército sul-coreano - anunciou Seul.
Esse tiroteio incomum ocorreu um dia depois de Kim Jong-un ter aparecido em público pela primeira vez em três semanas, após especulações e rumores no exterior sobre sua saúde. Um posto de guarda sul-coreano foi atingido por vários tiros do norte nesta manhã de domingo, mas não houve vítimas no sul, disse o Estado-Maior Conjunto.
"Nossos soldados responderam com duas séries de disparos e com uma mensagem de aviso, de acordo com nosso protocolo", disse Seul. O Exército afirmou ainda que está em contato com o Norte através de uma linha telefônica direta para determinar as causas do incidente.
Os dois países ainda estão tecnicamente em guerra desde o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia em 1953. Ao contrário do que o nome indica, a Zona Desmilitarizada (DMZ), que divide a península em dois Estados, é um dos lugares mais fortificados do planeta, cheio de cercas de arame farpado e de campos minados.
O alívio das tensões militares na fronteira faz parte do acordo alcançado em setembro de 2018 durante uma cúpula em Pyongyang entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in. A maioria desses acordos não saiu do papel.
Seul não acredita em cirurgia de líder norte-coreano
O disparo também ocorreu após autoridades sul-coreanas afirmarem que não acreditam que o presidente norte-coreano, Kim Jong-un, tenha sido submetido a uma cirurgia. A informação foi repassada por uma fonte do governo da Coreia do Sul neste domingo (3), um dia depois do reaparecimento do líder norte-coreano. "Não acreditamos que o presidente Kim tenha sido operado", disse uma autoridade presidencial sul-coreana, cujo nome não foi citado, conforme a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
"A imprensa especulou sobre uma intervenção [cirúrgica] de Kim, falando de uma mudança na maneira de andar", lembrou o responsável, mas, segundo ele, Seul tem informações suficientes para concluir que esse não é o caso.
Perguntas sobre o estado de saúde de Kim começaram a surgir como resultado de sua ausência nas comemorações de 15 de abril. Este é o dia mais importante do calendário político da Coreia do Norte, quando se comemora o nascimento de seu avô e fundador do regime, Kim Il-sung.
As quase três semanas de ausência pública abriram espaço para todo o tipo de especulação sobre o estado de saúde de Kim. Coreia do Sul e Estados Unidos declararam repetidas vezes que não tinham informações a esse respeito. Na sexta-feira, 1º de maio, a televisão pública norte-coreana mostrou Kim andando, sorrindo e fumando um cigarro, na abertura de uma fábrica em Sunchon, norte de Pyongyang.
Ontem, o presidente americano, Donald Trump, disse ter ficado "contente" com o reaparecimento em público do líder norte-coreano, assim como com sua saúde. "Fico contente por ver que ele está de volta e em boa forma!", tuitou.
Não é a primeira vez que Kim desaparece da vida pública. Em 2014, ele sumiu por seis semanas até reaparecer, andando com uma bengala. Alguns dias depois, os serviços de Inteligência sul-coreanos explicaram que ele havia sido operado por um cisto no tornozelo.
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