domingo, 17 de maio de 2020

Para ex-ministro Mandetta, Pará será novo epicentro da pandemia

Com todos os leitos de UTI ocupados, prefeitura de Santarém, no Pará, anunciou lockdown neste sábado (16)

                  Por: Folhapress
Ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta
Ex-ministro da Saúde, Henrique MandettaFoto: Reprodução/Instagram

Com todos os leitos de UTI ocupados, a prefeitura de Santarém (700 km a oeste de Belém) anunciou neste sábado (16) o lockdown do município pelo prazo inicial de dez dias. A cidade dispõe de 35 leitos de UTI, 27 no Hospital Regional do Baixo Amazonas, da rede estadual, e 8 no hospital municipal. Na manhã deste sábado (22), 22 pacientes em estado grave esperavam por uma vaga.
Santarém sedia o 9º Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública e é polo de uma região de cerca de 1,2 milhão habitantes. É a única com UTI entre 20 municípios. Com a epidemia, passou a atender outras nove cidades, aumentando a pressão sobre a rede.
A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Gestão de Crise do município. O prefeito Nélio Aguiar (DEM) pedirá ao governador Helder Barbalho (MDB) que inclua Santarém no decreto que já colocou dez municípios paraenses em lockdown até o próximo domingo (24). A maioria está localizada na região metropolitana de Belém.
Até a conclusão deste texto, a prefeitura de Santarém não havia publicado as medidas do lockdown. O decreto deve entrar em vigor até terça-feira (19). Em entrevista à jornalista Leda Nagle divulgada neste sábado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) disse que o Pará tem "o maior problema nas mãos".
"O epicentro vai deslocar de Manaus e cair no Pará, em Belém. Está com a curva só que sobe. Nas próximas duas, três semanas, vai sofrer muito. O sistema está começando já a fase de colapso. Vai atravessar o mês de junho colapsado." Até este sábado, o Pará acumula 13.184 casos confirmados e 1.200 óbitos. A UTI adulta tem uma ocupação de 81%. Os números são do governo estadual.


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