O navio-escola Juan Sebástian de Elcano foi construído em 1928, na cidade espanhola de Cádiz.
(Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
O navio-escola Juan Sebástian de Elcano aportou no Recife na manhã desta quinta-feira (30). Há 92 anos, a embarcação realiza cruzeiros de instrução, parte importante da formação de oficiais da Marinha da Espanha. É a décima vez que a capital pernambucana serve de escala para a expedição. E, especificamente neste caso, a expedição acontece em um momento especial para os espanhóis, que celebram os 500 anos da primeira volta ao mundo, iniciada pelo português Fernão de Magalhães e concluída pelo espanhol que dá nome à embarcação.
O 92º cruzeiro saiu de Cádiz, no sul da Espanha, em novembro de 2019 e já passou por Rio de Janeiro; Buenos Aires e Mar del Plata, na Argentina; e Montevidéu, no Uruguai. O navio-escola fica na capital até 4 de fevereiro, quando segue para Curaçao. Neste fim de semana, a embarcação ficará aberta à visitação pública, das 10h às 16h no sábado (1º), e das 15h às 17h no domingo (2) - basta ir até o Porto do Recife
Nesta quinta, o embaixador espanhol Fernando García Casas veio até o Recife visitar a tripulação. “Ações como essa reafirmam a parceria estratégica da Espanha com o Brasil. Ela acontece em diversas relações: políticas, econômicas, culturais e de cidadania. Gosto de dizer que somos amigos, sócios, parceiros e aliados”, destacou. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também conheceu a embarcação e almoçou na companhia do embaixador e do comandante do navio, o capitão de Mar e Guerra Santiago de Colsa Trueba.
O embaixador Fernando García Casas e o capitão de Mar e Guerra Santiago de Colsa Trueba.
(Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
O Brasil recebeu cerca de R$ 170 milhões em investimentos espanhois, de acordo com o embaixador. E Pernambuco foi um dos lugares que mais ganharam. “Temos a Aena, que vai gerenciar o Aeroporto dos Guararapes; a Solatio, que vai implantar a maior planta fotovoltaica do país aqui; há os Centros Cervantes, que ensinam nosso idioma. Torcemos muito pelo desenvolvimento da região”, afirmou.
Alto-mar
O navio-escola conta com 230 tripulantes a bordo, sendo 55 guardas-marinhas (51 homens e 4 mulheres). “Há dois grandes simbolismos nestes cruzeiros de instrução: contribuir com a formação integral dos guardas-marinhos e representar a Espanha em todos os países. E desta vez, estamos imersos no quinto centenário da primeira volta ao mundo que, sem dúvida alguma, foi a maior epopéia da história marítima mundial”, apontou o capitão Santiago de Colsa Trueba.
Cruzeiros de instrução fazem parte da carreira de um militar na Espanha.
(Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
“Durante esse período de dois anos, o navio irá visitar os lugares mais relevantes da expedição feita há 500 anos. Já passamos pelo Rio de Janeiro e Mar del Plata, e próximo ano visitaremos o Estreito de Magalhães (Argentina), as ilhas de Guam (Oceano Pacífico), Filipinas e Indonésia. Para nós, é muito importante fazer isso, porque conhecendo o passado, projetamos o futuro”, complementou o comandante do navio-escola.
A primeira volta ao mundo começou em setembro de 1529. Cinco embarcações espanholas, com 237 pessoas a bordo, deixaram a cidade de Sanlúcar de Barrameda, sob o comando do capitão português Fernão de Magalhães. Só que ao longo da viagem, diversos problemas foram acontecendo, até resultar na morte de Fernão, em abril de 1521. O capitão espanhol Juan Sebástian de Elcano assumiu a chefia da expedição e conseguiu concluí-la em setembro de 1521, trazendo de volta apenas uma embarcação e 17 homens doentes.
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