
SÃO PAULO (Reuters) - O senador eleito pela
Bahia e um dos principais nomes do PT, Jaques Wagner, reconheceu nesta
terça-feira que Jair Bolsonaro (PSL) é o candidato do mercado financeiro
à Presidência da República, mas disse que o partido buscará mostrar que
o petista Fernando Haddad é o candidato do povo e que, se Haddad
vencer, o mercado se curvará.
"Não podemos interferir se mercado escolheu Bolsonaro como candidato, nós queremos que o Haddad seja o candidato do povo. O
mercado vai dizer quem quer, mas vai conviver com quem foi eleito",
disse Wagner diante da insistência dos jornalistas em saber se o
candidato faria acenos ao mercado.
"O candidato do mercado é o do PSL, mas vamos provar que o candidato do povo é Haddad e o mercado vai se curvar", acrescentou.
Com a ida de Haddad ao segundo turno, há cobranças para que o
candidato faça acenos ao mercado financeiro para provar que as políticas
petistas não seriam radicais. Uma delas é de que Haddad, como fez seu
adversário, apresente nomes possíveis para sua equipe econômica, o que
não deve acontecer.
Como mostrou a Reuters, o partido e o próprio candidato defendem que
não é o momento de apresentar um ministro da Fazenda. Uma fonte afirmou
que qualquer nome apresentado agora poderia agradar o mercado, mas
poderia alienar uma boa parte da base petista, ou vice-versa.
No início da tarde o próprio candidato reafirmou que esse anúncio não seria feito.
"Eu não gosto de compor equipe antes do resultado eleitoral. Nós
temos um grupo de economistas e pensadores que fizeram o nosso programa
de governo. O plano de governo está registrado no Tribunal Superior
Eleitoral e eu não vejo necessidade de antecipar equipe, a não ser numa
circunstância", disse Haddad em à rádio Guaíba.
O candidato afirmou ainda ter uma certeza, de que o seu ministro não
será um banqueiro, mas possivelmente será alguém ligado à produção, um
empresário ou um economista ligado ao setor produtivo.
A fonte ouvida pela Reuters disse que não existe resistência do
partido em conversar com o mercado e fazer acenos, e que já há uma certa
inflexão para o centro, mas que para isso não são necessários nomes.247
Blog do BILL NOTICIAS