O apeamento dos umbuzeiros faz parte de uma pesquisa de reconhecimento da densidade e ocorrência.
(Foto: Divulgação)
(C.Britto)
O mapeamento proposto pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi realizado em parceria com a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), com apoio de estudantes dos cursos de Agropecuária e Zootecnia do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão de São Francisco II Antônio Conselheiro (Cetep), de Uauá. Mais de mil umbuzeiros foram mapeados nas comunidades de Caladinho e Serra da Besta, em Curaçá e Uauá, respectivamente.
Segundo o supervisor do setor de tecnologia da Embrapa Semiárido, Fabrício Bianchini, o mapeamento dos umbuzeiros faz parte de uma pesquisa de reconhecimento da densidade e ocorrência, assim como das áreas onde se encontram essas espécies. “A gente vem de um período longo de estiagem e isso afetou, de certa forma, algumas plantas de umbuzeiro. Não só a seca, como pragas que incidem a partir do não desenvolvimento da espécie. Então, é importante ver como está a ocorrência das plantas que morreram nesse ambiente natural e como está hoje a densidade e a distribuição dos umbuzeiros nesses dois territórios”, explicou o pesquisador.
O georreferenciamento consiste em mapear pontos, através de coordenadas do GPS, construindo traçados de informações digitais localizadas. Foram dois dias de trabalhos em campo, onde as equipes, guiadas por moradores das comunidades, mapearam árvore por árvore, em áreas de fundo de pasto e de roçado com cerca. Só na comunidade de Caladinho, mais de 400 umbuzeiros tiveram coordenadas traçadas para estudo. Em Serra da Besta foram mais de 600. As duas comunidades possuem Unidades de Beneficiamento de Umbu da Coopercuc e, nas últimas safras, foram as que apresentaram um maior número de produção, dentre as unidades da cooperativa em outras comunidades, por isso foram escolhidas como territórios de pesquisa.
Na proposta de desenvolvimento adotada pela Coopercuc, a Embrapa é parceira na realização de pesquisas relacionadas à qualidade do umbu e demais frutas nativas da Caatinga. Estudantes do Cetep também participaram dos trabalhos. Antes de ir à campo, elas/eles passaram por um curso prático, realizado pela Coopercuc, sobre a utilização do GPS e ferramentas para a coleta de coordenadas, configuração Datum e georreferenciamento de perímetro.
Resultados
Os dados georreferenciados e os inventários preenchidos pelas equipes serão levados para o laboratório de geoprocessamento da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), onde passarão por análise. Serão avaliados o tamanho da área percorrida pela equipe para identificar a quantidade de umbuzeiros por hectare, assim como o número de árvores vivas e mortas nos territórios analisados. A partir dos resultados, Embrapa e Coopercuc irão pensar em estratégias, junto às comunidades, para manter a produtividade do umbuzeiro, evitar que aconteça, como nos últimos dois anos, a diminuição da produção, e, sobretudo, trabalhar para a preservação dessa espécie nativa que compõe a identidade histórica e cultural da nossa caatinga.
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