O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), no ato que reuniu mais de 60 mil pessoas em Porto Alegre na noite desta terça-feira 23, disse que o Brasil não pode aceitar a injustiça que querem fazer com o ex-presidente Lula, que está sendo julgado nesta quarta-feira (24) no processo envolvendo o triplex no Guarujá, em que ele foi condenado sem provas pelo juiz Sergio Moro.
No palanque, Pimenta afirmou que Brasil vive dias históricos e que o campo democrático não aceitará injustiças. “E esse povo aqui veio abraçar Lula e dizer para o Brasil e ao mundo que Lula é inocente. Não aceitaremos que um juiz de primeira instância, sem legitimidade e isenção, com apoio da Rede Globo e de Dallagnoll(s), condenem Lula. Vocês serão julgados pela história como traidores do Brasil por perseguirem a maior liderança política do País. Essa batalha está apenas começando, e o coração de vocês bate junto com o do Lula, buscando resgatar um Brasil mais justo e solidário”.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) completou que esse “movimento de Porto Alegre vai se alastrar Brasil inteiro em defesa da democracia”.
A presidenta do PC do B, Luciana Santos, disse que o golpe que tirou do governo a presidente Dilma Rousseff e interrompeu um projeto popular no Brasil, também aconteceu nos governos Getúlio Vargas e João Goulart. “O Brasil não suporta mais o estado neoliberal, não aceita o estado mínimo para o povo e máximo para os rentistas. E o presidente Lula representa o símbolo dessa luta. Foi sob Lula e Dilma que o Brasil cresceu e atingiu o pleno emprego. Por isso estamos mais que juntos nessa hora em que querem penalizar Lula”, afirmou.
Em discurso, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) elogiou a unidade do campo democrático. “Eleição sem Lula é golpe porque julgam um inocente. Sabemos que não se trata apenas de julgar Lula, mas essa é a possibilidade que eles têm de acabar com a democracia no Brasil”.
Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimentos dos Trabalhadores sem Teto) disse que o golpe começou com Dilma e prossegue com a agenda antipopular do Governo Temer. “E o Moro é fantoche. A farsa foi montada pela casa grande, que tanto mal fez ao povo. Usa como argumento a falácia de combater a corrupção. É o mesmo grupo que desde os tempos da UDN combate os progressistas. Em 64 condenaram JK sem provas por supostamente ter apartamento em Copacabana. Amanhã é dia da encruzilhada, de enfrentar mais este golpe. Podemos ter qualquer diferença, mas hoje e amanhã é dia de unidade democrática em todo país. É nas ruas que vamos desmontar esta farsa”, enfatizou Boulos.
Para o senador Roberto Requião (MDB-PR), o tribunal será julgado pela história. “Quero aqui oferecer um tribunal popular, porque 82% dos trabalhadores brasileiros acreditam que o julgamento de Lula é político e que qualquer que seja o resultado de amanhã nós não aceitamos porque esse julgamento deveria ter sido liminarmente arquivado. Depois de amanhã, seja qual for o resultado, estamos com o PT para que registre a candidatura Lula”, enfatizou.
Para a presidenta eleita Dilma Rousseff, a união demonstrada em Porto Alegre, deu-se “não por questões individuais, mas pelo Brasil e o Brasil precisa de Lula porque está ferido, estraçalhado por políticas conservadores e precisa de um caminho de esperança”.
Denúncia 'sem prova cabal'
O Ministério Público Federal denunciou Lula, em setembro de 2016, alegando que o ex-presidente recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, através de um triplex no Guarujá (SP). Mas o curioso é que um dos procuradores, Henrique Pozzobon admitiu não existir "prova cabal" de que o petista é "proprietário no papel" do tripléx.
"Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade", disse o procurador.
Antes da condenação, o ex-presidente publicou no site do Instituto Lula um dossiê completo em que disponibiliza todos os documentos referentes ao apartamento. Foram publicados seus contratos com a Bancoop, sua declaração de Imposto de Renda, a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral e os contratos que compravam a desistência da ex-primeira-dama Marisa Letícia em continuar com o imóvel (veja aqui).(247).
*Com informações do PT na Câmara
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