segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Pesquisa escancara rejeição a golpe contra Lula

Ricardo Stuckert


Nem Dória, nem Huck, nem Alckmin.Do ponto de vista de quem aceita todos os meios para impedir o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto, a única opção continua sendo o golpe dentro do golpe, o recurso inaceitável do ponto de vista da democracia: a Lava Jato e o TRF-4.
Esta é a principal notícia da mais nova pesquisa Datafolha, divulgada na manhã de hoje. Constata-se ali que a força popular de Lula atingiu uma estatura tão consistente que, mesmo enfrentando quatro anos de massacre midiático, uma maioria matemática de mais de 50% dos eleitores brasileiros admite digitar seu nome nas urnas do segundo turno. (Em algumas hipóteses, admite-se até a possibilidade de Lula atingir esse patamar ainda no primeiro turno).
Em qualquer caso, considerando a cobertura ampla e tendenciosa de quatro anos de Lava Jato, que sempre teve Lula como alvo direto ou indireto, a vantagem anunciada tem um significado único do ponto de vista da preservação das instituições brasileiras. Nos últimos dias de novembro de 2017 -- data do levantamento -- quando nenhum brasileiro com título de eleitor pode alegar que desconhece o teor das acusações da Lava Jato, o patamar atingido pelas intenções de voto a favor de Lula implicam em reconhecer um fato básico, que atualiza um conceito exposto por Sérgio Moro num célebre artigo sobre a Operação Mãos Limpas.
Pode-se afirmar sem chance de errar que as denúncias contra Lula podem até gerar dúvidas e perguntas junto a uma parcela considerável do eleitorado. É até natural, considerando que foram acolhidas de modo tendencioso pelos grandes meios de comunicação. Mas as intenções de voto em Lula, que não param de crescer numa situação sempre desfavorável, mostram que as acusações perderam a capacidade de dar legitimidade a um golpe contra sua candidatura.
A vontade da maioria é Lula. 
Mais uma vez, a pauta é a soberania popular, artigo 1 da Constituição. 
Este é o ponto mais importante. Em linha com o conjunto de outros levantamentos do tipo, os números transformam qualquer tentativa de resolver a eleição presidencial pelo tapetão numa operação particularmente traumática, capaz de provocar reações imprevisíveis de repulsa, indignação -- e sabe-se lá o que mais -- por parte dos brasileiros. Irão transformar a disputa eleitoral numa farsa e numa fraude, numa opção segura para uma situação de conflito e impasse, num país que não desistiu de buscar, nas urnas, uma saída duradoura e consistente para seus problemas.
Depois de produzir o governo ilegítimo de Michel Temer, a criminalização da política, processo em curso no país desde a Ação Penal 470, o Mensalão, chegou a seu avesso -- e começa a criminalizar a Justiça.
Este é lugar em que o país se encontra. (247).

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