Os advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, protocolaram nesta segunda-feira 11 um pedido de exceção de suspeição contra o juiz Sergio Moro, da Lava Jato, por sua participação em um evento da Petrobras na semana passada e pelos conselhos feitos pelo magistrado.
No documento, a defesa pede que Moro se afaste dos processos contra Lula e lembra que a estatal do petróleo "é parte (acusadora)" nas ações contra o ex-presidente.
A defesa lembra que, um dia antes de visitar a Petrobras, Moro aceitou pedido do Ministério Público para incluir a Petrobras como Assistente de Acusação. "Passou a ser parte formal, pois", destaca a petição.
Os advogados também pedem, além do afastamento de Moro, a suspensão do prosseguimento do processo e a declaração sobre se ele recebeu alguma recompensa para participar do evento da Petrobras, além de áudios e vídeos da visita por parte da empresa e a explicação se pagou pela participação de Moro.
Moro foi convidado na semana passada a participar do 4º Evento Petrobrás em Compliance, na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Em seu discurso, ele fez sugestões à diretoria de práticas que devem ser adotadas para evitar a corrupção, como evitar indicações políticas e monitorar o modo de vida e a moradia dos executivos.
"Em nenhum lugar do mundo juiz vai visitar uma parte para dar-lhe conselhos jurídicos", rebateu Zanin em nota. "O discurso feito hoje pelo juiz Sérgio Moro na sede da Petrobras por si só compromete a aparência de imparcialidade e pode motivar o reconhecimento da sua suspeição", completou o advogado.(247).
Confira aqui o documento apresentado pela defesa.
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