quinta-feira, 30 de março de 2023

Ministério da Justiça avisou Secretaria de Segurança do DF que grupo de CACs planejava 'tomada de poder', diz PM

Declaração é do coronel Jorge Henrique da Silva Pinto à CPI da Câmara Legislativa que investiga a invasão e depredação dos prédios dos três poderes

Coronel da Polícia Militar Jorge Henrique da Silva Pinto (Foto: TV Câmara Distrital/Reprodução)

Nesta quinta-feira (30), o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Henrique da Silva Pinto, informou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF) que investiga a invasão e depredação dos prédios dos três poderes por Bolsonaristas radicais no dia 8 de janeiro passado, que o Ministério da Justiça encaminhou um documento à Secretaria de Segurança Pública no dia 5 de janeiro, sobre um grupo de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) que planejava a “tomada de poder”.

O coronel, que trabalhava na inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) na época dos ataques, relatou que o grupo não era de Brasília e que o documento foi repassado pela ex-subsecretária de Inteligência, Marília Ferreira Alencar, à equipe de Anderson Torres.

“Recebemos um único documento a respeito, oriundo do Ministério da Justiça. Alguém que integrava um grupo de WhatsApp verificou que algumas pessoas tratavam dessa 'tomada de poder', mas não havia possibilidade de se indicar que era um grupo grande, quem eram essas pessoas envolvidas e se estavam em Brasília”, disse.

O Ministério da Justiça declarou ao g1 ter participado de uma reunião em 6 de janeiro, onde houve troca de informações com diversos órgãos de segurança.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que, conforme consta nos autos, representantes das forças policiais do MJSP participaram de reunião coordenada pela SSP-DF no dia 6 de janeiro. Naquele momento, todas as forças policiais presentes, federais e distritais, trocaram informações para a elaboração do plano de segurança para o dia 8 de janeiro, que seria coordenado e executado pela SSP-DF, conforme atribuição legal.”

Em relação ao alerta sobre o grupo de CACs, o coronel Jorge Henrique da Silva Pinto afirmou que o trabalho de inteligência da SSP-DF prosseguiu.

“Se a subsecretaria de inteligência não estivesse lá, não teríamos tido acesso a esse documento, porque ela já tinha trabalhado no Ministério da Justiça. Por causa dos contatos [dela], isso chegou para a gente. Se não fosse ela, não teríamos acesso a esses dados”, afirmou o militar.

Segundo o coronel Jorge Henrique da Silva Pinto, em um primeiro momento, os atos convocados pelas redes sociais não foram considerados eventos de grande proporção, já que não havia informações suficientes para tal conclusão. Foi somente no dia 7 de janeiro que a célula de inteligência foi estabelecida e, no final do mesmo dia e no início do dia seguinte, eles conseguiram chegar a essa conclusão.

“Não tínhamos recebido informações suficientes. Só conseguimos chegar a esse entendimento dia 7 de janeiro. Estabelecemos a célula de inteligência e no fim do dia 7 e início do dia 8, conseguimos chegar a esse entendimento”, disse o militar.

O militar disse que a informação foi repassada para o então secretário executivo Fernando de Souza Oliveira, que estava substituindo Anderson Torres. No entanto, ele não sabe dizer o que foi dito, pois a ex-subsecretária de Inteligência Marília Ferreira Alencar era quem se comunicava diretamente com Oliveira.

De acordo com Jorge Henrique, o primeiro alerta para a Secretaria de Segurança Pública sobre os atos foi dado em 5 de janeiro e, no dia seguinte, a Inteligência da pasta já via a possibilidade de confrontos. Ele ainda disse que deu outro alerta às 14h do dia 8 de janeiro e que foram sete alertas emitidos nesse dia, sendo repassados por meio de dois grupos de WhatsApp com vários órgãos de segurança, incluindo Anderson Torres, o ex-secretário de Segurança Pública do DF. - (247).


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