quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Setor do agro reage a Bolsonaro e envia carta ao STF, Congresso e ministérios em defesa da democracia

Cerca de 300 representantes do agronegócio, visto como base de apoio a Bolsonaro, afirmam que o país tem "eleições limpas"


(Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Gustavo Bonato | Reprodução)

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne cerca de 300 representantes ligados ao agronegócio nacional, elaborou um documento defendendo a democracia e o processo eleitoral brasileiro, alvos constantes de declarações com teor golpista feitas por Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. 

De acordo com o G1, o documento será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ministérios, membros do Congresso Nacional e representações diplomáticas. 

Na carta, a coalizão afirma que “nos últimos 37 anos, o Brasil dedicou-se a edificar um regime cidadão, de instituições sólidas e calcado no respeito à lei e no equilíbrio de direitos e deveres. Em seu alicerce está eleições limpas, onde se manifesta a vontade popular”. 

Ainda segundo a entidade, “o processo eleitoral é inquestionável e imprescindível para toda e qualquer discussão que vise a prosperidade do país".. 

O documento também ressalta que “o futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado democrático de Direito”.

A iniciativa da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura se junta a outros manifestos em defesa da democracia e do sistema eleitoral , a exemplo da "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", elaborado pela Faculdade de Direito da USP, que já conta com mais 700 mil signatários. 

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também elaborou um manifesto "em defesa da democracia e da Justiça" que é apoiado por mais de 100 entidades e instituições, desde a Central Única dos Trabalhadores (CUT) até a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). 

Leia a íntegra da carta da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura: 

"A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura posiciona-se, em diversas ocasiões, em prol de uma agenda que alavanque o desenvolvimento sustentável, a economia de baixo carbono, o combate ao desmatamento e às mudanças climáticas, entre tantos assuntos de uma pauta cada vez mais ampla e transversal. Desta vez, no entanto, nosso movimento vem a público em apoio a uma bandeira sem a qual nenhuma das demais é possível: a defesa da democracia.

Nos últimos 37 anos, o Brasil dedicou-se a edificar um regime cidadão, de instituições sólidas e calcado no respeito à lei e no equilíbrio de direitos e deveres. Em seu alicerce estão eleições limpas, onde se manifesta a vontade popular. É sobre elas que se pavimenta o caminho para um país melhor, mais maduro, melhor conceituado na comunidade internacional, mais apto a liderar o debate e a implementação de agendas urgentes e que provocam mobilização crescente no mundo inteiro, como a da sustentabilidade e das mudanças climáticas.

O futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado democrático de Direito.

A Coalizão Brasil divulgou recentemente suas propostas aos candidatos para as próximas eleições. Nossas contribuições giram em torno de três eixos: o combate ao desmatamento e à perda de recursos naturais; a produção de alimentos e o combate à fome; e a geração de emprego e renda. E ressaltamos que o processo eleitoral é inquestionável e imprescindível para toda e qualquer discussão que vise à prosperidade do país.

Sem democracia não há desenvolvimento e sustentabilidade. Sem sustentabilidade não há futuro possível". 247.


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