"Ele acha que o povo é gado", disse o ex-presidente, que também prometeu incentivos à agricultura familiar, mais emprego, aumento de salário e retomada de direitos sociais
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (3), em Teresina (PI), criticou a iniciativa do governo Jair Bolsonaro (PL) de fazer uma mudança na Constituição para distribuir benefícios a pessoas mais pobres em ano eleitoral.
"Bolsonaro faz mudança na Constituição distribuindo quarenta bilhões de reais até dezembro. Ele acha que o povo é gado. Coloque o dinheiro na nossa conta que vamos comprar o que comer, o que vestir. Ele pensa que o dinheiro vai comprar voto. No dia dois de outubro temos que dar uma banana para Bolsonaro para que ele saiba que vai cair fora da governança", disse Lula.
"Ele não tem respeito pelo povo, diz que a urna não é honesta. Vocês não podem acreditar na fanfarrice dele. Estou preparado para recuperar este País. Vamos fazer universidades, escolas técnicas, aprimorando a qualidade profissional do povo trabalhador. O país hoje não merece o respeito de ninguém. Ninguém quer vir aqui", acrescentou.
A PEC eleitoreira aumenta o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, prevê um reajuste do vale-gás, com um botijão a cada dois meses para 5 milhões de famílias, e uma ajuda de R$ 1.000 para caminhoneiros autônomos e voucher para taxistas.
De acordo com o ex-presidente, "um genocida que não derramou uma lágrima por quase 700 mil que morreram (da Covid), que não se preocupa em conversa com sindicato, quilombola, indígena, que quer desmatar a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, não pode se apoderar da bandeira brasileira porque ela é do povo". "Não se preocupem com os meus setenta e seis anos de idade. As pessoas envelhecem quando não têm uma causa", disse.
"A minha causa é provar ao mundo e à elite brasileira que o povo vai comer três vezes ao dia, que vai trabalhar, ter aumento de salário, levar uma vida digna que está na Constituição, na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, na Bíblia. Neste país não vai mais morrer criança de desnutrição. Geramos 22 milhões de empregos, conseguimos provar que a agricultura familiar e o pequeno produtor dão conta de sustentar o País quando tem financiamento para melhorar sua capacidade produtiva, vamos fazer assentamento de reforma agrária, fazendo financiamento do pequeno produtor. As prefeituras vão comprar 30% da merenda escolar dos agricultores", continuou.
Em seu pronunciamento, Lula afirmou que o "Brasil está pior" do que em 2003, quando o petista assumiu a Presidência da República. "Mais desemprego, mais inflação, taxa de juros alta, gás de cozinha mais caro, arroz mais caro, a carne desapareceu da mesa do trabalhador e o País está desgovernado. Bolsonaro não está preparado para governar este País", complementou.
"A gente vai parar com a venda de armas e vamos distribuir livros, vamos construir escolas ao invés de construir cadeias, vamos dar comida ao invés de cavar cova para cemitério como cavaram por conta da covid. Quero que o pobre tenha tudo aqui que ele produz. Temos que dizer ‘quero o melhor para o meu filho, para a minha casa’. Cadê a Casa Verde e Amarela? Vamos fazer o Minha Casa Minha Vida outra vez. Vamos criar oportunidades de emprego. Vamos voltar a conquistar a respeitabilidade no mundo, Queremos respeito dos americanos, do chines, dos europeus, da Rússia… Lula não está fazendo isso Quero que o pobre deixe de ser pobre. Ou acham que a gente faz opção pela miséria?". (247).