"A população pode ter certeza: em dezembro serão diplomados aqueles que o povo escolheu", disse o ministro do STF em um contexto de ameaças de golpe feitas por Jair Bolsonaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta sexta-feira (29) que a Justiça garantirá a posse de todos os eleitos em dezembro, "não importa quem". As declarações do ministro foram publicadas em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
"Eu tenho absoluta certeza que ameaças vãs, coações tentadas, nada disso amedrontará nenhum juiz eleitoral do País. Nós teremos uma eleição transparente e segura. A população pode ter certeza: em dezembro serão diplomados aqueles que o povo escolheu. Não importa quem. O povo é soberano", disse ele, que participou, por videoconferência, de um seminário promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
O magistrado também citou o desafio do combate "à desinformação, às milícias digitais, ao discurso de ódio, contra a democracia e as instituições e, lamentavelmente, o discurso ignóbil contra a Justiça Eleitoral".
"Os juízes eleitorais devem, assim como eu e os membros do TSE, se sentir absolutamente indignados com esse discurso fraudulento, mentiroso e criminoso de tentar desqualificar uma das grandes conquistas do Brasil, que é a lisura das eleições com as urnas eletrônicas. Não vamos aceitar desinformação, atuação de milícias digitais e fake news nesta eleição", disse.
A fala do magistrado veio em um contexto de ameaças de golpe feitas por Jair Bolsonaro (PL), que tem criticado ministros do Supremo e o sistema eleitoral brasileiro. Também já disse que as Forças Armadas são uma instituição capaz de checar os resultados das eleições.
Moraes presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de agosto.
Estados Unidos recebem dossiê
O governo do presidente Joe Biden e o Congresso norte-americano receberam um dossiê de acadêmicos e instituições da sociedade civil no Brasil e nos EUA. No documento, eles condenaram os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.
"Seus constantes ataques (de Bolsonaro) às eleições devem levar governos internacionais a apoiar a democracia brasileira", afirmou o relatório. (247).