sexta-feira, 1 de abril de 2022

Fornecimento adicional dos EUA é incapaz de substituir o fornecimento de petróleo da Rússia

A redução da disponibilidade de oferta russa no mercado de hidrocarbonetos, entre outros fatores, gerou um aumento no preço do petróleo disponível

(Foto: Reuters)

O conflito entre Rússia e Ucrânia, desencadeado em 24 de fevereiro, gerou variações históricas no custo planetário do barril de petróleo, fenômeno que o governo dos Estados Unidos busca neutralizar liberando sua reserva estratégica.

O presidente do país norte-americano, Joe Biden, determinou esta estratégia com vista a regular os preços do petróleo bruto, para o qual ordenou a libertação de 180 milhões de barris nos próximos seis meses, ou seja, 1 milhão por dia.

A redução da disponibilidade de oferta russa no mercado de hidrocarbonetos, entre outros fatores, gerou um aumento no preço do petróleo disponível, para o qual o governo Biden busca regular esse cenário, em consequência das restrições econômicas impostas a Moscou.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reconheceu em comunicado no dia 1º de abril que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo bruto do mundo e o principal exportador dessa matéria-prima, por isso mudanças em sua participação no setor de energia no mercado têm um impacto global.

“A perspectiva de interrupções em larga escala na produção de petróleo russa ameaça gerar um desastre no fornecimento global de hidrocarbonetos”, disse a aliança petrolífera, da qual participam países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Japão, implicados nas sanções contra Moscovo.

A AIE estima que o petróleo russo cobre 12% das exportações mundiais e gira em torno de 5 milhões de barris por dia, o que significa que nem mesmo a emissão estratégica de 1 milhão de barris por dia projetada por Biden será suficiente para substituir ou mitigar essa oferta.

Além disso, cerca de 60% do petróleo russo abastece a Europa e 20% abastece a China, disse a aliança internacional de petróleo.

A AIE pediu aos consumidores e governos envolvidos no fornecimento internacional de petróleo que intensifiquem os esforços de conservação e reservas energéticas para enfrentar esta situação.

"Os ministros também discutiram a dependência significativa da Europa do gás natural russo, bem como a importância de acelerar o diálogo global com os países produtores de gás, incluindo os países membros da AIE, para fortalecer o fornecimento de gás confiável, acessível e seguro", acrescentou.

Entre os países associados à AIE estão Brasil, Índia, China e África do Sul, todos agrupados em um bloco estratégico com a Rússia conhecido como BRICS, que, segundo analistas internacionais como Alfredo Jalife-Rahme, contribui para modelos de relacionamento planetário que relativizar a chamada globalização, ou seja, o domínio dos Estados Unidos sobre a arena financeira mundial. Sputnik


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