Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que não vai interferir no mercado a fim de reduzir o preço do arroz, mas disse que avalizou a decisão da Secretaria de Defesa do Consumidor (SDC) de abrir apuração para verificar se há irregularidades no valor que o alimento tem sido vendido nos supermercados.
“Eu não vou interferir no mercado, o que tem que valer é lei da oferta e da procura”, disse Bolsonaro, em transmissão nas redes sociais.
“Ninguém quer tabelar nada, interferir em nada, isso não existe. A gente sabe que, uma vez interferindo, tabelando, isso desaparece da prateleira e depois a mercadoria aparece no câmbio negro muito mais cara”, acrescentou, ao citar que o Brasil já teve experiência com essa prática de tabelamento.
Ainda assim, Bolsonaro disse ter conversado com o ministro da Justiça, André Mendonça, antes de a SDC, que é vinculada ao ministério, abrir uma investigação sobre o preço do arroz vendido nos supermercados.
O presidente afirmou ter concordado com a iniciativa, ponderando que, ao final, pode até se chegar a uma resposta na qual o “errado” é o próprio governo.
Em uma justificativa para o aumento do insumo, ele disse que, com o auxílio emergencial, houve um aumento no consumo do alimento, o que ajudou a “desaparecer um pouco” a mercadoria da prateleira dos supermercados.
Bolsonaro disse ainda que o dólar está alto, o que tem ajudado na exportação do arroz. Ele reiterou que o governo está tomando providências sobre o caso, e citou a decisão de importar 400 mil toneladas de arroz sem imposto de importação.
O presidente destacou ter conversado com representantes do setor de supermercados que lhe disseram que a margem de lucro com o produto será reduzida. Na transmissão, entretanto, ele não detalhou como isso seria feito.
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