Relatório da Defesa Civil do estado informa ainda que há 19 desaparecidos. Governador Romeu Zema diz que ajuda humanitária é prioridade
Via:Santanavinicius

A Defesa Civil de Minas Gerais divulgou na tarde deste domingo
um novo boletim sobre as chuvas que atingiram o estado nos últimos dias. Subiu
para 44 o número de vítimas fatais. Belo Horizonte é a cidade mais afetada: 14
pessoas sucumbiram à tragédia. Na região metropolitana morreram 26 pessoas.
Em
comunicado, o órgão informa que 19 pessoas se encontram desaparecidas e doze
estão feridas. Há 3.354 desabrigados e 13.887 desalojados. Noventa e nove dos
mais de 800 municípios do estado foram declarados em estado de
emergência. As chuvas também atingem Rio de Janeiro e Espírito Santo,
onde nove pessoas morreram há uma semana.
Um dos
últimos corpos encontrados sob os escombros foi o de uma mulher em Vila
Bernadete, bairro da periferia de Belo Horizonte, onde seis pessoas morreram
após um deslizamento de terra que atingiu sete casas na encosta. No local, os
bombeiros, que retomaram o resgate esta manhã, continuam procurando uma pessoa
desaparecida em meio à lama e detritos. O motorista de aplicativo Audemar
Carneiro, de 51 anos, é vizinho das casas que cederam e amigo dos falecidos.
“Aqui era um lugar seguro. Mas choveu bastante. Foi uma tragédia não
anunciada”, explicou. Carneiro também está desabrigado e, há duas noites, dorme
na casa de um amigo.
O governador
Romeu Zema disse que irá priorizar a ajuda humanitária e que depois cuidará de
obras emergenciais, que serão realizadas assim que as condições climáticas
permitirem. “O Brasil precisa de um reordenamento urbano. Precisamos de
políticas públicas consistentes, de longo prazo, que gradativamente venham a
diminuir as zonas de risco. Caso contrário, veremos isso ocorrer muitas vezes”,
afirmou.
A região
está sendo castigada pelas piores chuvas desde que se tem registro. O Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que entre 9h00 de quinta-feira e 9h00
da sexta-feira Belo Horizonte acumulou 171,8 milímetros de chuva, o maior
recorde em 110 anos de medição.
A tragédia
coincide com o primeiro aniversário, no sábado, do rompimento da barragem da
Vale na cidade de Brumadinho, que deixou 270 mortos (11 deles desaparecidos)
pela torrente de rejeitos que invadiu a região.
Devido às
chuvas, a mineradora avisou no domingo à noite que elevou para o segundo nível
seu alerta de risco de rompimento – dos três possíveis – do dique Sul Inferior,
do complexo minerador Gongo Soco (100 km a leste de Belo Horizonte), por “uma
erosão na parte interna”.
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