quarta-feira, 1 de maio de 2019

Infestação por Aedes coloca em risco novas epidemias de dengue, zika e chikungunya

O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 apontou quase mil cidades em situação de perigo para as doenças

  Por: Renata Coutinho
O Aedes Aegypti é o mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya
O Aedes Aegypti é o mosquito transmissor da Dengue, Zika e ChikungunyaFoto: John Tann/Creative Commons



Quase mil cidades do País podem ter surtos de dengue, zika e chikungunya este ano, segundo o Ministério da Saúde (MS). Todas apresentaram níveis de infestação de Aedes Aegypti elevado, com índice superior a 3,9% dos lares com criadouros do mosquito para cada 100 residências. Outros 2.160 municípios estão em situação de alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9%.

Os dados são o resultado compilado do primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019, coletados entre janeiro e março. O balanço nacional de arboviroses destaca ainda aumento superior a 300% nos casos de dengue e de 186,3% nos óbitos pela doença.


Ao todo, 5.214 municípios realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito transmissor das arboviroses. Em Pernambuco, o 1º ciclo do LIRAa, segundo o MS, teve 59 cidades em risco de surto e 86 em alerta. Já o Recife figurou com 1,6% de índice de infestação. O levantamento divulgado nesta terça (30) reforça a necessidade de todos os agentes públicos ficarem atentos para o controle do vetor, uma vez que o aumento de mosquitos e de pessoas doentes é que dão origem a novos surtos.

Já há um aumento considerável da dengue no Brasil. “O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o País que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber. 


Até 13 de abril, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue e a incidência está em 216,6% casos/100 mil habitantes. “Mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado para o período. Sendo assim, até o momento, o país não está em situação de epidemia, embora possa haver epidemias localizadas em alguns municípios e estados”, prosseguiu. Uma razão que também aumentou foi a de mortes. Este ano, o número de óbitos por dengue subiu de 66 para 123 óbitos. Sobre Pernambuco, o MS aponta um incremento de 79,1% nos casos prováveis de dengue em relação a 2018, 194,7% de chikungunya e 891,7% de zika. 

Em Pernambuco, diferente de outras partes do Brasil, as cidades já finalizaram o 2º Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti. Algumas como o Recife já se preparam para em duas semanas fazer o 3º ciclo do LIRAa. “Nosso primeiro LIRAa foi 1,6 e o segundo que esta valendo é 1,9. No mesmo período do ano passado o segundo LIRAa foi 2,1, ou seja houve queda. Essa situação de alerta significa atenção, mas estamos bem. Temos redução de 30,5% de notificações para todas as arboviroses e 74,5% de redução de casos confirmados no mesmo período do ano passa”, afirmou o gestor do Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife, Jurandir Almeida. 

No Estado, o mapeamento de risco atualizado aponta 158 (85,9%) municípios em situação de risco para transmissão elevada, sendo 74 (40,2%) em situação de risco de surto e 84 em situação de alerta. Até o momento, 25 (13,6%) em situação satisfatória uma cidade não enviou os dados. Existem ainda 21 notificações de mortes por alguma arboviroses, sendo uma descartada. Já os casos suspeitos de dengue, chikungunya e zika chegaram a pouco mais de 10 mil até o dia 20 de abril. 
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Divergência de zika

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que neste ano, até o dia 13 de abril, o Estado computou 272 casos prováveis de zika (notificados menos os descartados). No mesmo período de 2018 foram 190 casos, um aumento de 43%. A divergência com as informações divulgadas pelo MS, que fala de um aumento de 891%, está relacionada ao sistema utilizado para consolidação das informações.

Enquanto o Ministério da Saúde usa apenas o SinanNET, sistema oficial do órgão federal, utilizado por todos os Estados, a SES trabalha, além desse sistema, com o registro eletrônico do FormSUS, criado pelo Governo de Pernambuco em 2015, época da confirmação dos primeiros casos de zika no Brasil. O sistema pernambucano possibilita que o Estado tenha acesso às informações em tempo real, algo indispensável para tomada de decisões em saúde pública, e facilita a notificação dos serviços de saúde diretamente nesse ambiente, além de permitir a inclusão de dados importantes relacionados à clínica do paciente (sinais, sintomas) e ao diagnóstico laboratorial. 

Já o SinanNET possui registro manual realizado pelos profissionais das unidades de saúde, cuja ficha é enviada às Secretarias Municipais de Saúde para digitação dos dados que só chegarão ao MS após passarem pelas instâncias regionais e central da SES/PE, o que pode retardar o processo. Além disso, possui apenas informações pessoais do paciente notificado.



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