Procuradoria da república considerou baixa a exigência de R$ 50 mil após série de declarações do pré-candidato, que declarou que visitou quilombo onde 'o afrodescendente mais leve pesava sete arrobas'
Por: Correio Braziliense
Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou que a multa imposta ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) seja elevada para R$ 300 mil. Ele é acusado de ter feito ofensas contra negros, mulheres e homossexuais durante uma palestra na cidade do Rio de Janeiro, no ano passado. Ao analisar o caso, a 26ª Vara Federal do Rio determinou que o parlamentar pague R$ 50 mil em razão das declarações. O MPF então recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e pediu a mudança no valor, para se alinhar ao poder econômico do parlamentar.
O dinheiro será destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. De acordo com a denúncia, a palestra foi proferida para cerca de 300 pessoas da religião judaica, no clube Hebraica, na zona sul do Rio. Na ocasião, Bolsonaro declarou que, caso seja eleito em 2018, acabará com a demarcação de terras para quilombolas.
Em uma das declarações, o deputado afirmou que visitou um quilombo e que “o afrodescendente mais leve de lá pesava sete arrobas”. O parlamentar continuou, criticando os integrantes desse grupo. “Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais”. Em seguida, completou: “alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Não, porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual a essa raça que tá aí embaixo, ou como uma minoria que tá ruminando aqui do lado”.
As frases de Bolsonaro em outro momento foi considerada ofensiva às mulheres e aos homossexuais. “Foram quatro (filhos) homens, a quinta eu dei uma fraquejada, veio uma mulher, ela tem seis anos de idade e foi feita sem aditivos, acredite se quiser”. A defesa do parlamentar entrou com recurso contra a multa. Os advogados sustentam que ele tem imunidade parlamentar, e que exerceu a liberdade de expressão ao realizar a palestra.
O TRF2 ainda vai ouvir outros envolvidos antes de realizar a audiência, que ainda não tem data para ocorrer. Procurado pelo Correio, o deputado Jair Bolsonaro não se pronunciou.
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