*Jota Mildes
Juazeiro do progresso e também do cheiro de mato, do perfume das flores silvestres, da tribo Tamoquim; do apito dos vapores, das lavadeiras dos Angarís.
Olho Juazeiro hoje e lembro do Juazeiro ontem. Mudou? Mudou além da conta em seu aspecto físico, estrutural; mas não em sua essência!
Sempre que venho à região meus olhos não se cansam de ver a sua pujança, a sua aparência modernizada, o seu avanço; e, religiosamente, cumpro o meu ritual predileto: fazer o percurso entre os lados baiano e pernambucano em suas simples porém agradáveis barcas de passageiros – sentindo a brisa do rio, respirando o ar puro do percurso, olhando para as duas margens onde se elevam, gloriosas, Juazeiro e Petrolina – essas cidades que amo!
Amo a Juazeiro de hoje mas não esqueço da Juazeiro de ontem.
Juazeiro dos antigos e belos carnavais, das devoções e dos folguedos. Juazeiro da arte, celeiro de consagrados artistas da poesia e da música, do teatro e da dança.
Juazeiro que não me sai da lembrança: a Juazeiro que se reflete hoje na história construída por aqueles que ontem de tudo fizeram para vê-la projetar-se no futuro que é o hoje – e tenho satisfação e orgulho em haver oferecido então pelo menos um pouquinho do meu entendimento como contribuição à sua arte e cultura. Juazeiro que, igual à solidez da árvore que lhe emprestou o nome segue firme e inabalável, altaneira, cheia de vigor, enfrentando as turbulências e desafios que só as cidades que de tem sua origem em um povo bravo e unido crescem, experimentam, e aprendem a transpor as barreiras naturais que o tempo apresenta.
Um carinho especial, Juazeiro, neste teu aniversário. Um afago em todos que no presente fazem e vivem o teu presente e zelam pela preservação da tua história!
*JOTA MILDES – jornalista, radialista, cronista, poeta, compositor, escultor e pintor. (C.Geral).
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