Uma semana depois da chuva que caiu em
alguns municípios da região norte da Bahia, dá para ver melhor as
plantas que floresceram na caatinga e que servem de alimento para
caprinos e ovinos. Alguns produtores até já economizam um pouco da ração
comprada durante a estiagem.
Mas os produtores devem ficar atentos
para o surgimento de algumas espécies de plantas que podem ocasionar
intoxicações nos animais. Segundo o médico veterinário Rodrigo
Gonçalves, a intoxicação por plantas é uma das principais causas
responsáveis pelas perdas econômicas nos rebanhos de caprinos e ovinos
nos municípios assistidos pelo Bioma Caatinga (Programa de Inclusão
Produtiva da Ovinocaprinocultura do Semiárido da Bahia).
Segundo o veterinário, que também é supervisor do Bioma, as plantas tóxicas de maior ocorrência na região são: Pinhão Rasteiro (Jatropha ribifolia) Capoteira ou Batada-de-peba (Ipomoea verbascoidea) Algodão Bravo, Mata-bode ou Canudo (Ipomoea carnea), Maniçobas (Manihot spp.), Mandioca Brava (Manihot esculenta), Angico preto (Anadenanthe columbrina) Favela ou Faveleira (Cnidoscolus quercifolius) e Jurema preta (Minosa tenuiflora).
De um modo geral, a intoxicação por
plantas ocorre após ingestão de grandes quantidades de planta em pouco
espaço de tempo e tem sido observada depois das primeiras chuvas, quando
a maioria delas estão rebrotando. “Os animais afetados devem ser
retirados da área com a planta imediatamente após a observação dos
primeiros sinais, como tremores, membros abertos e andar não
coordenado”, alerta Gonçalves.
Apesar das vantagens trazidas pela
chuva, o trabalho na propriedade deve ser contínuo para manter o rebanho
sadio. Orientações como essas estão sendo repassadas pelos ADRS –
Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável para mais de mil produtores
que são atendidos pelo Bioma Caatinga. O programa é coordenado pela
Fundação Banco do Brasil e Sebrae nas cidades de Casa Nova, Remanso,
Juazeiro, Curaçá e Uauá.
CHIQUEIRO – O produtor deve
limpar o chiqueiro (piso de chão batido) todos os dias, tendo o cuidado
de deixar uma declividade no solo para facilitar o escoamento
superficial das águas no período chuvoso, evitando assim o excesso de
umidade que pode comprometer a saúde animal. O ideal é que os animais
sejam abrigados numa área coberta.
RESERVATÓRIOS - Os Agentes também fazem um alerta para a limpeza
em volta das aguadas, eliminando restos mortais de animais através da
queima, para evitar a contaminação dos reservatórios. Os animais devem
beber água, preferencialmente, em bebedouros longe dos mananciais que
podem ser contaminados com as fezes dos próprios bichos.
DOENÇAS - Já para evitar
verminoses, “é recomendada uma vermifugação depois dessa primeira chuva
para limpar o organismo do animal que vai para o pasto aproveitando
melhor todos os nutrientes da caatinga”, diz o engenheiro agrônomo e
supervisor do Bioma Caatinga, José Wilson Chaves.
Uma observação feita pelos especialistas
é a natural entrada no cio das cabras depois da chuva. “É interessante
ver que, com a alimentação escassa à base de ração, o cio é menos comum.
Mas basta uma chuva para provocar o acasalamento. Nas próximas
parições, podem nascer filhotes com má formação se as cabras e o
reprodutor estiverem mal nutridos”, diz Chaves.
Para diminuir esse resultado, durante
todo o ano, os ADRS lembraram os produtores da importância, por exemplo,
da mineralização na alimentação do rebanho, já que, nas forragens, a
quantidade de minerais encontrados não supre as necessidades orgânicas
dos animais. Comprado ou feito na propriedade, o composto suplementar
rico em cálcio, fósforo, cloreto de sódio, potássio, magnésio, enxofre,
zinco, cobalto, iodo, ferro, cobre, manganês e selênio, deve ser
ofertado aos animais continuamente.(Informaçoes e fotos: Bioma Catinga
Bahia)
Blog do Bill Art´s