domingo, 19 de outubro de 2025

Lula defende América Latina soberana e critica “fala grossa” de potências estrangeiras

 

Em evento estudantil, presidente reage à ofensiva militar dos EUA contra a Venezuela, liderada por Donald Trump


Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a construção de uma América Latina mais unida, soberana e independente de imposições externas. A declaração foi feita neste sábado (18), durante encontro com estudantes da Rede Nacional de Cursinhos Populares (COPO), em São Bernardo do Campo (SP). As informações são da Agência Brasil.

Lula ressaltou que nenhum país alcançou desenvolvimento sem investir na educação e afirmou que esse é um desafio que deve ser enfrentado conjuntamente pelos países latino-americanos. Segundo o presidente, a integração educacional é estratégica para garantir autonomia política e impedir atitudes de desrespeito por parte de outras potências.

Queremos formar uma doutrina latino-americana, com professores e estudantes latino-americanos, para sonhar que nosso continente um dia seja independente, e que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o país, porque não vamos aceitar”, afirmou.

Educação como base da soberania continental

Durante o discurso, Lula destacou iniciativas de cooperação com países africanos, lusófonos e latino-americanos. Ele lembrou a criação da Universidade da América Latina em Foz do Iguaçu, iniciativa que busca fortalecer a identidade regional por meio do ensino e da pesquisa.

Não existe país no mundo que tenha se desenvolvido sem antes investir na educação”, disse Lula, defendendo que parcerias acadêmicas entre os países vizinhos podem criar um ambiente de desenvolvimento compartilhado e resistir a intervenções externas.

Críticas à escalada de tensões dos EUA contra a Venezuela

As falas ocorreram em meio à escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. Sob a justificativa de combate ao tráfico de drogas, o governo norte-americano, comandado pelo presidente Donald Trump, teria realizado ao menos seis ataques militares contra embarcações, resultando em dezenas de mortes, segundo a imprensa dos EUA.

Na quarta-feira (15), Trump confirmou ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas em território venezuelano. O governo de Nicolás Maduro respondeu acusando Washington de promover uma “mudança de regime” e anunciou que levará o caso ao Conselho de Segurança da ONU.

Reações na América Latina e no Caribe

A postura norte-americana gerou reações em diversos setores sociais e políticos. No Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprovou uma moção de repúdio, classificando as ações dos Estados Unidos como uma ameaça à paz em toda a América Latina.

Na sexta-feira, organizações sociais e cidadãos de Trinidad e Tobago protestaram em frente à Embaixada dos EUA após a morte de dois pescadores trinitários por embarcações militares americanas, em operação descrita como “antidrogas”. De acordo com a Telesur, o episódio foi considerado um “ato de agressão injustificado” e abriu discussão sobre o alinhamento do governo local à estratégia militar de Washington no Caribe. - 247.


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