Declaração do presidente dos EUA ocorre após anúncio de Israel sobre a criação de uma autoridade para gerir deslocamentos na região
O presidente dos EUA Donald Trump afirmou, nesta quarta-feira (12), que nenhum palestino será expulso da Faixa de Gaza. A declaração foi feita enquanto ele recebia o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, na Sala Oval, e ocorre após o governo israelense sinalizar a possibilidade de deslocamentos forçados na região. A informação foi divulgada pelo portal Observador.
“Ninguém vai expulsar nenhum palestino”, garantiu Trump ao ser questionado por uma jornalista. A fala do presidente contrasta com declarações recentes do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que afirmou que Tel Aviv abrirá um novo gabinete de "Autoridade de Emigração" sob a alçada do Ministério da Defesa para gerir a saída dos habitantes de Gaza.
Durante a reunião, Trump também voltou a se referir aos ataques de 7 de outubro de 2023, data que marcou o início do conflito entre Israel e Hamas. "Foi uma coisa terrível, terrível. Nunca vi nada assim. Como Presidente, vemos pormenores que os outros não veem", disse o republicano.
O presidente norte-americano também mencionou um encontro recente com reféns libertados do Hamas. “Acabei de me encontrar com dez reféns, e eles foram muito mal tratados — fiquei chocado“, declarou. Segundo Trump, todos os resgatados relataram a ele que não houve "nenhuma bondade demonstrada" por parte dos sequestradores. "Puro ódio", concluiu.
Antes de se reunir com Trump, o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, fez um apelo para o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e defendeu um cessar-fogo imediato, além da libertação de todos os reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
Recuo sobre projeto de 'riviera' em Gaza
Em fevereiro, Trump compartilhou nas redes sociais sua visão para o futuro da Faixa de Gaza, propondo transformá-la em uma "Riviera do Oriente Médio". A proposta envolve a realocação de aproximadamente 2 milhões de palestinos para países vizinhos, permitindo a reconstrução e desenvolvimento da região como um destino turístico de luxo.
Trump ainda afirmou que os Estados Unidos "tomarão posse de Gaza" e não descartou o uso de tropas americanas para implementar o plano. A proposta gerou críticas internacionais, sendo vista como uma forma de "limpeza étnica" pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. - 247.