A última semana do FIG teve, na quarta, mais de 75 mil pessoas na Praça Mestre Dominguinhos e atrações em outros Polos culturais espalhados pela cidade
(Foto: Clóvis Manfrini)
O Festival de Inverno de Garanhuns tem uma espécie de magia. Não é por acaso que o evento, hoje o maior do Nordeste em reunir tantos ritmos e manifestações culturais, está aí desde 1991. O já tradicional Palco Pop, surgido no final dos anos 90 e que passou por vários locais dentro e fora do Parque Euclides Dourado (o “Parque dos Eucaliptos”), é parte significativa dessa mágica que cria uma atmosfera onde se respira o ar puro, não só pela arborização do próprio Parque, mas, também, pela boa música que se apresenta ao público.
Na quinta, 25, a banda pernambucana Bule, formada por Pedro Lião (sintetizadores e voz), Carlos Filizola (guitarras e sintetizadores), Bernardo Coimbra (baixo), Kildare (bateria) e Damba (percussão), foi um exemplo disso e me surpreendeu positivamente. Ignorante em excesso quando o assunto é música contemporânea, coisas de um velho do século passado, resolvi ficar e ver o show que trouxe músicas do segundo álbum, Dançando Sem Ninguém Me Ouvir, de 2023, lançado pelo selo carioca Toca Discos (o primeiro foi Cabe Mais Ainda, de 2018). O que me prendeu foi, além da presença de palco do grupo, a batida influenciada pelo rock ali dos anos 80. O som dos garotos lembra Joy Division, Depeche Mode, The Strokes, The Cure, entre tantas do new rock que introduzia o eletrônico naquela distante década de 1980.
No entanto, com um sotaque pernambucano, o que torna a musicalidade ainda mais especial, as canções Vinte e Muitos Anos e Tudo Pra Mim, são os singles desse trabalho. Uma pena a cena das novas gerações do rock não está por cima, como tivemos até o início dos anos 2000. Vale a pena ouvir essa banda! Nesta mesma noite de quinta tivemos, no palco principal, o reggae de Tribo de Jah e Edson Gomes (que continua agradando a massa) e o excelente show de Marcelo Falcão, ex-Rappa, com destaques para a jovem guitarrista paulista, Juliana Vieira.
Na quarta, 24, a noite foi com o forró estilizado, que até hoje é criticado por muita gente, de Magníficos, Dorgival Dantas e Natan. Criticada ou não, foi a noite que levou mais gente: cerca de 75 mil pessoas foram à Praça Mestre Dominguinhos.
O Festival ainda termina neste sábado (27), com destaques para Marcos Veras (no Teatro do SESC Garanhuns), Marcelo Jeneci (no Polo Estação, no Centro Cultural, antiga estação da Great Western) e Anavitória e Jota Quest no palco principal. - Por Clóvis Manfrini, de Garanhuns.