"Demissão do general Júlio César Arruda do comando do Exército, e substituição pelo comandante do Sudeste, Tomás Ribeiro Paiva, reafirma autoridade de Lula como comandante em chefe das Forças Armadas. O movimento era esperado, mas não tão rapidamente", escreveu Helena pelo Twitter.
A jornalista avaliou que a situação do general Arruda ficou insustentável, depois que veio a público que ele não deixou a polícia prender golpistas acampados no QG no 8 de janeiro. "Discurso de Tomás Paiva ontem,em favor da democracia,selou destino de ambos. Assume um comandante inequivocamente comprometido com a despolitização das FFAA", analisou Helena Chagas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a substituição do comandante do Exército neste sábado (21). Ele desligou o general Júlio César de Arruda do cargo, agora assumido pelo atual comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
Um dia antes da mudança, Lula realizou uma reunião com os chefes das forças armadas e Arruda estava no evento. Foi a primeira reunião desde os atentados contra a democracia de 8 de janeiro, em Brasília.
A conversa contou também com presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
Júlio César de Arruda ocupava o cargo interinamente desde 30 de dezembro do ano passado. Ele estava à frente do Exército durante os ataques às sedes dos três poderes na capital federal.
Defesa da democracia
Na última quarta-feira (18), o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que agora assume o comando do Exército, fez um discurso enfático em defesa das instituições democráticas e do respeito aos resultados das urnas.
"Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente. Então, essa é a mensagem que eu tenho e que eu quero trazer para vocês. No que pese turbilhão, terremotos, tsunamis, nós vamos continuar ímpetos, coesos, respeitosos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e, também, é o regime do povo, alternância do poder. É o voto."
O discurso foi realizado durante uma cerimônia no Quartel-General Integrado, em São Paulo, que homenageou militares brasileiros que atuavam com as forças de paz da ONU e morreram no terremoto de 2010 no Haiti. 247.