Ex-presidente também lembrou políticas de suas gestões e afirmou que nenhum governo pode dar certo se não tiver credibilidade, estabilidade e previsibilidade
Via:247
(Foto: Ricardo Stuckert)
Site do Lula - Em encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta terça-feira, 9, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de políticas que estimulem a reindustrialização do Brasil e disse ser fundamental que os empresários sinalizem em quais nichos de indústria o país pode ser competitivo e que devem ser estimulados.
“Nosso programa de governo passa por compreender que esse país precisa se reindustrializar”, destacou, afirmando ainda que a sociedade precisa discutir que tipo de emprego o país vai criar no contexto de indústria digital. Item presente nas diretrizes do programa de governo do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil.
Ao lado de Josué Gomes, presidente da Fiesp e filho de José Alencar, que foi seu vice nos dois mandatos, Lula ressaltou a importância de o Estado atuar como agente do desenvolvimento. Também fez um panorama da situação do Brasil, com instituições desacreditadas, sem respeito internacional e com a volta da fome, e afirmou que nenhum governo pode dar certo se não tiver credibilidade, estabilidade e previsibilidade.
“Vou repetir três palavras que fazem parte do meu dicionário: credibilidade, estabilidade e previsibilidade. Qualquer governante, se não tiver essas três palavras permeando o comportamento dele, o governo não dará certo”. Ainda em panorama sobre a situação do Brasil, pior hoje do que em 2003, quando iniciou o primeiro mandato, Lula criticou os retrocessos promovidos pelo atual governo, disse ser preciso voltar à normalidade, com cada uma das instituições atuando na esfera que lhe cabe.
País deu salto de qualidade nos governos petistas
Ele lembrou do legado de seus governos, com redução da dívida, crescimento, fluxo de comércio exterior, investimento em educação e criação de emprego e de reservas e disse que, naquela época, o país deu um salto de qualidade. “Ninguém quer desmontar o que está dando certo. O que a gente quer é fazer com que as coisas que não estão certas fiquem certas”, completou.
Em discurso de abertura, o presidente da Fiesp sinalizou as demandas do setor. Afinado com o que já defende o ex-presidente Lula, Josué Gomes ressaltou a necessidade de reindustrialização, considerando os avanços tecnológicos, a digitalização dos processos, a inteligência artificial e a questão climática.
“A economia de baixo carbono é imperativa, tendo em vista a emergência climática que está aí a nos cobrar soluções. Não podemos ignorar tais mudanças e a esperada reindustrialziação do país passa por essas questões e pelo desenvolvimento tecnológico”, afirmou Gomes.
O dirigente da entidade empresarial defendeu também mudanças no sistema tributário, “anacrônico e burocrático”, para desafogar a indústria de transformação. “A indústria de transformação representa 30% dos impostos arrecadados e só 11% do PIB, já tendo representado mais de 27%”, afirmou, destacando também necessidade de investimentos em infraestrutura.
Maior programa de infraestrutura da história
Lula destacou políticas de seu governo, como a criação do maior programa de infraestrutura da história, o Programa de Aceleração do Crescimento, e ressaltou também a necessidade de o desenvolvimento respeitar a questão ambiental. “A economia de baixo carbono é uma necessidade para a competitividade e é um jeito de ganhar dinheiro também. Temos que discutir como tirar proveito das riquezas que a gente tem”
O ex-presidente lembrou que ouvia governadores, prefeitos e empresários, além de movimentos sociais e entidades sindicais na definição das políticas em seus governos, como fará num eventual novo mandato, e disse ter orgulho do que fez em suas gestões. Somadas, disse ele, as políticas públicas de seus governos deram vultoso investimento ao país.
“Nós fizemos aquilo que a sociedade nos incentivou a fazer. Muitas das políticas públicas foram deliberadas no Conselho de Desenvolvimento Econômico e social. Todas as políticas foram tiradas de 74 conferências nacionais. É por isso que o país deu certo”, afirmou, lembrando da importância da inclusão dos pobres no orçamento para dar jeito no país. “Nunca o país viveu um estágio de alegria coletiva como nesse período”- Site do Lula.