quinta-feira, 7 de abril de 2022

Com reabilitação, pacientes com afasia podem viver normalmente

 DISTÚRBIO

                               Por: Marina Costa/

Por: Estúdio DP | Conteúdo Patrocinado

Foto: Divulgação


O ator alemão Bruce Willis anunciou a sua aposentadoria após receber o diagnóstico de afasia na última quarta-feira (30). A notícia surpreendeu aos amantes do cinema e criou dúvidas sobre o distúrbio responsável pelo encerramento da carreira do astro. A afasia é uma deterioração dos componentes da linguagem falada ou escrita, que não apresenta uma ausência total da fala, não está relacionado a um déficit cognitivo e problemas auditivos, mas altera a capacidade do paciente de se comunicar de forma adequada, afetando a habilidade se expressar verbalmente, por gestos, escrever e ler. Com o tratamento, reabilitação e estimulação das áreas cerebrais afetadas, os pacientes que sofrem com a deterioração podem levar uma vida normal.

Segundo a fonoaudióloga do Hospital Jayme da Fonte, Cristiane de Carvalho, as afasias ocorrem após lesões cerebrais no hemisfério esquerdo do cérebro, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e traumatismo craniano, nas regiões frontais e temporais, que possibilitam as funções cerebrais da linguagem. Além dos traumas, tumores e abcessos cerebrais, doenças degenerativas – Alzheimer e Esclerose Lateral Amiotrófica – e infecções cerebrais também são responsáveis pelo aparecimento do distúrbio. Estima-se, a partir de artigos científicos, que as doenças encefálicas tenham uma prevalência total de cinco a oito casos por 1.000 habitantes, em indivíduos acima de 25 anos. Elas são encontradas com mais frequência em adultos de meia-idade e idosos. 

“Inicialmente, a maior dificuldade do paciente será na comunicação, em ser entendido e entender o outro”, explicou a fonoaudióloga sobre os sintomas. Porém, eles podem evoluir para a substituição de uma palavra por outra; de um fonema (som) por outro; o uso de palavras irreconhecíveis; a impossibilidade de entender o que outras pessoas estão falando; o uso de frases curtas, incompletas e sem sentido, tanto na fala quanto na escrita. 

O distúrbio é dividido em diversos tipos que são diferenciados a partir da área cerebral lesionada. Afasia de Broca, com a lesão na parte dominante frontal esquerda ou área frontoparietal, afeta a capacidade de repetir, produzir palavras e aumenta a possibilidade de substituir uma palavra por outra sem sentido com a frase. Também causa a perda da capacidade de escrever (agrafia) e prejudica a leitura oral, mas ainda continua fazendo sentido para o paciente. Afasia de Wernicke, com lesão em porção posterior do giro temporal superior do hemisfério dominante para linguagem, provoca a incapacidade de compreender palavras e reconhecer símbolos auditivos, visuais e táteis. A compreensão auditiva e escrita é comprometida – os pacientes comentem erros de leitura (alexia) e, apesar da escrita ser fluente, contém muitos erros e sem palavras substantivas (agrafia fluente). Afasia Mista é onde a comunicação entre as áreas de Broca e Wernicke está comprometida. O paciente pode apresentar os sintomas dos dois tipos simultaneamente. O diagnóstico é realizado pelo neurologista através de exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética para identificar a localização da lesão e diagnosticar a causa ou doença que desencadeou o distúrbio. 

Ainda segundo a fonoaudióloga, não existe um padrão entre os indivíduos afásicos e o tratamento escolhido depende de múltiplos fatores: a tipologia, etiologia, dominância manual, idade e escolaridade do paciente. São utilizados diversos métodos de intervenção fonoaudiológica no tratamento: a estimulação pragmática, neurolinguística, cognitivo linguística, funcional, conversacional, compreensão verbal, computadorizada e semântica. A reabilitação e estimulação da área cerebral afetada também fazem parte do tratamento.  

“O impacto e as implicações na vida do indivíduo, de sua família e na sociedade, destacam a importância da reabilitação, já que esta visa diminuir os efeitos da afasia e restaurar as funções linguísticas. A convivência familiar e com pessoas próximas será normal ou perto da normalidade, no caso do paciente em reabilitação especializada”, finalizou a fonoaudióloga Cristiane de Carvalho.

Para uma identificação correta e melhor forma de tratamento da afasia, a paciente deve procurar centros médicos referência em atendimento neurológico, como o Hospital Jayme da Fonte, que possui médicos especializados da área. O atendimento também é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). (DP+Saúde).


Elogio de Trump ao sistema eleitoral brasileiro é citado por ministros do STF em julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe

  Durante julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe, ministros destacaram decreto de Trump que aponta Brasil como exemplo de identifica...