GUERRA NA UCRÂNIA
Os dois países concordaram nesta quarta-feira com um cessar-fogo de 12 horas priorizando uma série de corredores humanitários para evacuar civis
A Turquia receberá na quinta-feira (10) os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Ucrânia, que terão seu primeiro contato pessoal desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.
Serguei Lavrov e o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba serão recebidos pelo ministro turco Mevlut Cavusoglu em Antália (Sul), uma região balnear muito agradável aos russos.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que multiplicou os esforços de mediação desde o início da crise, afirmou nesta quarta-feira que "a Turquia pode conversar com a Rússia e a Ucrânia ao mesmo tempo".
"Estamos trabalhando para evitar que a crise se transforme em tragédia", insistiu.
Os dois países concordaram nesta quarta-feira com um cessar-fogo de 12 horas priorizando uma série de corredores humanitários para evacuar civis.
Nesta quarta-feira, Kuleba garantiu em um vídeo no Facebook que faria de tudo para que as "conversas fossem as mais efetivas possíveis", embora admitisse "expectativas limitadas".
"Tudo vai depender das instruções que Lavrov recebeu antes dessas negociações", completou. Ambos os ministros devem chegar à Turquia nesta quarta-feira.
No entanto, o clima corre o risco de ficar tenso. O ministro ucraniano recentemente chamou Lavrov de "Ribbentrop contemporâneo" na CNN, em alusão ao ministro de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Esta viagem a Antália constitui na primeira viagem de Lavrov fora da Rússia, um país cada vez mais isolado por sanções internacionais, desde o início da invasão da vizinha Ucrânia em 24 de fevereiro.
A Turquia, membro da Otan, é aliada da Ucrânia, país para o qual fornece drones de combate. Mas, ao mesmo tempo, preserva suas relações com a Rússia, da qual depende fortemente de seus suprimentos de energia e trigo, bem como para o turismo.
Erdogan pode ter o prazer de organizar este encontro "em território neutro", diz Soner Cagaptay, pesquisador do Instituto Washington. Porém, ele se declararia "realmente surpreso" caso a reunião em Antália levasse a um acordo.