O ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello recebeu na segunda-feira, 24, o protocolo do procedimento disciplinar que foi aberto pelo Exército após participação em ato no Rio de Janeiro ao lado de Jair Bolsonaro sem autorização do Comando da instituição.
Segundo a coluna de Carla Araújo, do UOL, o documento foi entregue "em mãos" a Pazuello por um oficial do Exército, mas, por "desencontro de horários", não foi o próprio Comandante do Exército, general Paulo Sérgio.
Ainda, segundo a jornalista, “há pressão na caserna para que, além de ir para a reserva, haja uma punição exemplar”. “O maior receio de oficiais é o péssimo exemplo que pode ser passado a subordinados do Exército em um ano pré-eleitoral”, afirma.
Comandante do exército estuda pedir demissão
Em participação na TV 247, o jornalista Luís Costa Pinto afirmou que o comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, estuda pedir demissão após crise gerada pelo general e ex-ministro Eduardo Pazuello, que participou de manifestação no Rio de Janeiro sem autorização do Comando do Exército, desrespeitando regimento interno da instituição.
“Há uma ameaça real de um novo pedido de demissão do comandante-geral do Exército. Já foi trocado. Saiu o general [Edson] Pujo e o atual, general Paulo Sérgio Nogueira, está refletindo sobre a possibilidade dele entregar o cargo em razão da crise criada pelo Pazuello”, afirmou.
Pujo saiu do comando do Exército em março, após Jair Bolsonaro promover uma reforma ministerial que colocou o general Walter Braga Netto no Ministério da Defesa. Braga Netto demitiu os chefes das três Armas: Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Segundo Costa Pinto, “Bolsonaro, ao levar o Pazuello ao palanque, ao entregar o microfone para Pazuello, ao permitir que ele falasse em cima do palanque e sem máscara, numa manifestação grotesca, bizarra, que foi um acinte ao povo brasileiro [...] sabia que estava quebrando a hierarquia”.
“E quando você quebra a hierarquia dentro dos quartéis, de qualquer Arma, pela mesma porta que sai a hierarquia, entra a anarquia, que está instalada dentro dos quartéis brasileiros”, declarou.
“O general Paulo Sérgio não quer se notabilizar para os seus para farda como aquele comandante-geral que perdeu a autoridade”, argumentou.(Brasil247).