Moro acusou o chefe do Executivo de tentar interferir na autonomia da PF para ter acesso a relatórios de inteligências
Por: Matheus Teixeira, Folhapress
Sérgio Moro, ex-ministro da JustiçaFoto: Ministério da Justiça/Flickr
O
ex-ministro Sergio Moro prestará depoimento à Polícia Federal neste sábado (2),
em Curitiba, para falar sobre as acusações feitas contra o presidente Jair
Bolsonaro ao sair do governo.
A
oitiva foi marcada após o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal
Federal), dar o prazo de cinco dias para a corporação ouvir o ex-ministro.
Moro
deve detalhar as declarações dadas ao pedir demissão do Ministério da Justiça e
Segurança Pública, no último dia 24. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou
que tem provas para incriminar Bolsonaro e disse que as apresentaria à Justiça.
Moro
acusou o chefe do Executivo de tentar interferir na autonomia da PF para ter
acesso a relatórios de inteligências e a investigações em curso, o que não é
permitido pela legislação.
Para
isso, Bolsonaro queria exonerar Maurício Valeixo do comando da instituição, o
que gerou o atrito com o então ministro Moro, e nomear alguém que tivesse
relação direta.
Ao
se despedir do governo, o ex-juiz da Lava Jato disse que o desejo do chefe do
Executivo era indicar Alexandre Ramagem para o comando do órgão.
Ramagem
foi chefe da segurança de Bolsonaro após ele ter sido eleito presidente, quando
se aproximou da família se tornou amigo do vereador Carlos Bolsonaro,
investigado pela PF sob suspeita de articular esquema de disseminação em massa
de informações falsas.
Bolsonaro
nomeou, de fato, Ramagem para o cargo. O ministro Alexandre de Moraes, do STF,
no entanto, suspendeu a indicação por entender que não observava os princípios
da impessoalidade e da moralidade pública.
Além
dos integrantes da PF, três procuradores da República acompanharão o
depoimento.
Blog do BILL NOTICIAS