sexta-feira, 24 de abril de 2020

Dólar bate novo recorde e vai a R$ 5,52 com pedido de demissão de Moro

Cédulas de dólar
Cédulas de dólar (Foto: REUTERS/Guadalupe Pardo)

Infomoney - A sessão desta quinta-feira (23), que começou indicando uma extensão dos ganhos da véspera para o Ibovespa, na verdade se mostrou um pregão de muita volatilidade e surpresas no noticiário, com duas principais notícias pesando no mercado: uma ameaça de pedido de demissão feita pelo ministro Sergio Moro e uma perda de força das bolsas americanas diante de informações de que um remédio para combater o novo coronavírus falhou nos testes.
No fim do dia, porém, o que mais pesou no Brasil foi a informação, dada primeiro pela Folha de S. Paulo, dizendo que o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão após ser informado pelo presidente Jair Bolsonaro de haveria uma troca na diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.
Com esta notícia, o Ibovespa chegou a cair 2,56%, mas amenizou na hora seguinte conforme outras notícias foram saindo. Diferente do que informou o jornal, a GloboNews afirmou que Moro não chegou a pedir demissão, mas fez uma ameaça de que deixaria o cargo caso o presidente realizasse a troca na PF. Oficialmente, o ministério da Justiça disse que Moro não pediu demissão.
Diante disso, o benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,26%, aos 79.673 pontos, com volume financeiro de R$ 24,603 bilhões. Nos EUA, o Dow Jones subiu 0,15%, enquanto o S&P 500 teve queda de 0,06%.
O dólar comercial, por sua vez, saltou 2,19%, cotado a R$ 5,5265 na compra e R$ 5,5278 na venda, renovando sua máxima histórica, enquanto o dólar futuro para maio sobe 1,36%, a R$ 5,538.
Em entrevista para Bloomberg, Jefferson Lima, gerente da mesa de juros e câmbio da CM Capital Markets, afirmou que a notícia do pedido de demissão de Moro pesa porque a impressão que fica no mercado é que estão “perdendo os pilares que dava popularidade para o governo”.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu 25 pontos-base, a 3,51%, enquanto o DI para janeiro de 2023 teve alta de 39 pontos, para 4,68%. O contrato para janeiro de 2025 avançou 42 pontos-base a 6,37%.
As notícias sobre as divergências entre Casa Civil e o Ministério da Economia sobre a saída da crise também impactaram o mercado. O programa Pró-Brasil de recuperação econômica pós-covid-19, lançado na última quarta-feira terá sua implantação começando em larga escala a partir de outubro. O cronograma de elaboração do programa foi apresentado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Neto, apesar das divergências da equipe econômica.
O ministro disse que o plano tem apoio do ministro Paulo Guedes. Contudo, o Plano pós-crise expõe diferenças entre Economia e Casa Civil. Segundo o Valor Econômico, Guedes demarcou,e m reunião com seus colegas de Esplanada, os limites para o plano de investimento em infraestrutura para promover a recuperação da economia: manutenção e respeito ao teto de gastos e incentivo ao investimento com recursos privados.

Remédio contra coronavírus agita exterior

Pouco antes da informação sobre Moro, o Ibovespa já havia virado para queda com o exterior após a notícia do Financial Times, citando documentos publicados acidentalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que o antiviral Remdesivir não melhorou a condição dos pacientes nem reduziu o patógeno do coronavírus na corrente sanguínea.
Na semana passada, informações de que a empresa estaria registrando bons resultados em seus testes de tratamento fizeram as ações da Gilead dispararem mais de 15%, puxando também as bolsas.
A notícia fez com que os índices americanos zerassem os ganhos, que momentos antes eram de cerca de 1%. O movimento, porém, foi revertido novamente após a companhia prestar esclarecimentos sobre a notícia.
Em resposta, a Gilead afirmou ao jornal que o documento vazado tinha “caracterizações inadequadas do estudo”. “Os resultados do estudo são inconclusivos, embora as tendências nos dados sugiram um potencial benefício do Remdesivir, principalmente entre pacientes tratados no início da doença”, informou a empresa ao jornal.

Petróleo dispara e dados nos EUA

Durante a manhã, o Ibovespa chegou a avançar 1,54%, puxado bastante pela continuidade da arrancada do petróleo no exterior, que agora acumula ganhos de 40% em dois dias.
O barril do tipo WTI fechou com alta de 19,7%, a US$ 16,50, após chegar a saltar 30% com a tensão entre EUA-Irã e sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) poderão aprofundar o corte na sua produção. O Brent subiu 4,7%, a US$ 21,33.
Segundo os analistas do Bradesco BBI, a declaração na véspera do presidente Donaldo Trump, autorizando que a Marinha americana abata navios iranianos, deve “fornecer suporte para os preços do petróleo no curto prazo, já que os mercados esperam alguma potencial escalada de conflitos”.
Também havia otimismo no mercado com a avaliação de que, com os preços do petróleo nas mínimas históricas, os produtores continuarão diminuindo a produção e fechando os poços nos EUA. Os reguladores do estado de Oklahoma disseram que ajudariam os produtores a fechar os poços sem tirar os arrendamentos, o que deu um alívio para eles já que muitos querem diminuir a produção mas correm riscos regulatórios no país caso façam isso.

Desemprego nos EUA

Enquanto isso, o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada foi de 4,427 milhões, levemente abaixo da expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada no consenso Bloomberg, que apontava para 4,5 milhões de pedidos.
O número na casa dos milhões, contudo, evidencia que a pandemia de coronavírus continua tendo forte impacto na economia americana. Além disso, o total desde o início da atual crise já chegou a 25 milhões de pedidos de auxílio-desemprego.
Já o número da semana anterior (até 11 de abril) foi ligeiramente revisado para baixo, de 5,245 milhões para 5,237 milhões de pedidos.

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