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RBA - – Os secretários estaduais de Educação decidiram ignorar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e manter as escolas fechadas. Em pronunciamento no noite de ontem (24), Bolsonaro minimizou a gravidade da infecção pelo coronavírus e a necessidade de medidas de prevenção adotadas no país, como decretos de quarentena obrigatória assinados por governadores e prefeitos.
Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação informou que continuará alinhado as determinações dos governadores, que seguem orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das principais autoridades médicas e científicas nacionais e internacionais.
“Desta forma, manter as aulas presenciais suspensas é um ato de responsabilidade para proteger não apenas a vida dos nossos estudantes e servidores, mas também de todos aqueles que estão no seu entorno, especialmente os idosos e com doenças crônicas”.
Estudos da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da rede pública de ensino superior britânica, atestam que quarentenas e restrições de circulação – que Bolsonaro tem classificado de “histeria” por conta de uma “gripezinha” e “resfriadinho” – reduzem em até 92% a gravidade que a pandemia alcançaria lá pela metade do ano e comparação com nenhuma estratégia adotada. E em 24% a esperada para o final do ano. Foram intervenções como estas que permitiram que Hubei, na China, e outros países asiáticos evitassem uma situação ainda mais grave”.
Discurso genocida
Também por meio de nota, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) avaliou como “completa irresponsabilidade” a fala de Bolsonaro e chamou sua postura de “criminosa”, porque pode causar prejuízos aos cidadãos, como o aumento da transmissão comunitária e até mesmo o número de mortes. E chamou de criminosa a postura
“Neste momento, a principal recomendação das autoridades sanitárias, legalmente com competência e conhecimento para lidar com o cenário crítico, é o isolamento ao maior número de pessoas, com atenção especial aos idosos. Nesse contexto, as falas de Bolsonaro negam e desrespeitam o trabalho que vem sendo desenvolvido por inúmeros profissionais da Saúde em todo o país, além de contrariar as ações que vêm sendo geridas pelo Ministério da Saúde”, diz a nota.
Quanto à paralisação de diversos serviços, causando impacto negativo na economia que Bolsonaro tem priorizado, o CNS também se posicionou.
“A economia se recupera se as vidas estiverem preservadas. Números não valem mais que vidas. Antes um país com potencial de retomada na economia após uma crise, que centenas ou milhares de pessoas mortas devido à irresponsabilidade de falas, posturas, posicionamentos e atitudes insensatas que atentam contra o bem estar social. A postura do presidente é criminosa, nesse sentido, fazemos um apelo à população: fique em casa e não acredite em fake news contra as orientações do Ministério da Saúde”.
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