Equipes de resgate trabalham para ajudar
os sobreviventes da tragédia
Por: AFP

Imagens mostram pessoas ilhadasFoto: Rick Emenaket/Mission Aviation Fellowship/AFP
O número de mortos em
Moçambique e no Zimbábue depois do furacão Idai aumentou
para mais de 300 na terça-feira (19), enquanto as equipes de resgate trabalham
sem parar para ajudar os sobreviventes.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que há mais de 200 mortes confirmadas, enquanto no Zimbábue um ministro indicou que foram registradas 100 mortes, mas acrescentou que o número pode chegar a 300.
"Já temos mais de 200 mortos e cerca de 350.000 pessoas estão em perigo", Nyusi. O chefe de Estado deu a informação depois de assistir a uma reunião de gabinete na cidade da Beira, a mais afetada pela tempestade no centro do país. "Estamos em uma situação extremadamente difícil", disse Nyusi.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que há mais de 200 mortes confirmadas, enquanto no Zimbábue um ministro indicou que foram registradas 100 mortes, mas acrescentou que o número pode chegar a 300.
"Já temos mais de 200 mortos e cerca de 350.000 pessoas estão em perigo", Nyusi. O chefe de Estado deu a informação depois de assistir a uma reunião de gabinete na cidade da Beira, a mais afetada pela tempestade no centro do país. "Estamos em uma situação extremadamente difícil", disse Nyusi.
No Zimbábue, o ministro
July Moyo afirmou que ainda é necessário confirmar os números de mortos e que
há pelo menos 217 desaparecidos. "O número total, nos disseram que poderia
ser 100, alguns dizem que podem ser 300. Mas não podemos confirmar esta
situação", disse.
As
equipes de resgate trabalhavam nesta terça-feira (19) contra o tempo para
salvar milhares de refugiados em árvores ou telhados
de casas após a passagem do devastador ciclone Idai por Moçambique e Zimbábue, onde há risco de
rompimento de barragens em razão das fortes chuvas.
O ciclone, que devastou o
centro de Moçambique e depois o leste do Zimbábue, deixou pelo menos
182 mortos, um número que na verdade pode ser mais de mil, segundo o presidente
moçambicano Filipe Nyusi.
Em Moçambique, uma zona de 100
quilômetros de extensão está totalmente inundada, segundo o ministro do Meio
Ambiente, Celson Correia. Existe um "oceano" isolando completamente
muitos povoados, disse à AFP um trabalhador humanitário que não quis se
identificar. Além disso, a capacidade de algumas represas está se aproximando
de seu nível máximo, indicaram várias ONGs.
O
presidente Nyusi pediu para aqueles
que vivem perto de rios na região que "deixam a área para salvar suas
vidas", porque as autoridades poderiam não ter outra escolha senão abrir
as barragens, apesar de as terras já estarem inundadas. Tanto em Moçambique
como no Zimbabué, muitas pontes e estradas foram arrasadas pela água,
complicando as operações de socorro.
Em
botes infláveis ou em helicópteros, os trabalhadores humanitários continuavam a
socorrer as pessoas que se refugiaram em árvores e telhados. "Nas árvores,
as pessoas têm de lidar com cobras, insetos, animais", disse à AFP Ian
Scher, presidente da organização sul-africana Rescue SA, que participa das
operações de socorro em Moçambique. Mas as operações são complicadas pela falra
de helicópteros.
"Salvamos
aqueles que podemos, mas muitos vão morrer", advertiu Scher em Beira, uma
cidade do centro de Moçambique. "Temos que tomar decisões difíceis. Às
vezes podemos salvar apenas duas pessoas a cada cinco. Às vezes deixamos comida
e vamos socorrer outras pessoas em maior perigo", explicou. Rescue SA
identificou uma ilha formada pelas inundações em que cerca de 350 pessoas
estariam à espera de ajuda.
Sem
eletricidade
Beira,
a segunda cidade de Moçambique, que foi "90%
destruída", segundo a Cruz Vermelha, ainda está sem energia e internet nesta
terça-feira, cinco dias depois da passagem do ciclone.
As
conexões telefônicas estão sendo progressivamente restauradas, apesar de a
chuva continuar a cair nesta cidade de meio milhão de habitantes.
No Zimbábue, os habitantes
enterravam os mortos. O presidente Emmerson Mnangagwa deve visitar a província
de Manicaland (leste) nesta terça-feira, a mais afetada pelo ciclone. Pelo
menos 200 pessoas ainda estão desaparecidas nesta região após o colapso de
vários edifícios onde viviam funcionários públicos, segundo as autoridades.
"Cada hora que passa confirma nossos piores medos", disse Mnangagwa
na segunda-feira à noite.
"Muitos
morreram afogados enquanto outros morreram quando dormiram por causa de pedras
que destruíram suas casas", acrescentou. A organização Anistia
Internacional pediu nesta terça-feira à comunidade internacional que se
mobilize diante da magnitude da catástrofe, mas também ante as consequências da
mudança climática.
"Agora
que os efeitos da mudança climática estão se intensificando, é possível que
essas condições climáticas extremas ocorram com mais frequência", disse a
Anistia, pedindo "medidas ambiciosas para combater a mudança
climática". Por sua vez, o Reino Unido desbloqueou seis milhões de libras
(sete milhões de euros) de ajuda humanitária para a região.
"As
imagens da devastação (...) são traumáticas", disse a secretária de Estado
para o Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, em comunicado. A chegada
do ciclone foi precedida por fortes chuvas em Moçambique, mas também no
Malauí, condições climáticas adversas que fizeram pelo menos 122 mortos. Mas o
ciclone finalmente não passou pelo Malauí.
Blog do BILL NOTICIAS