Tribuna da Bahia - Atualmente na segunda colocação em capacidade de geração eólica, atrás do Rio Grande do Norte, a Bahia será o estado brasileiro com maior geração de energia nesse setor, já em 2020, alcançando 5,9 GigaWatts de energia. Segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), aos 2,4 GW de energia gerada na Bahia, se somarão outros 3,5 GW até 2020, o que tornará o estado o maior produtor no Brasil.
Isso porque, nesse período, entre projetos já definidos e parques eólicos em construção, a Bahia tem um volume de realizações maior que o que terá, no mesmo período, o Rio Grande do Norte, que aos 3,6 GW, terá o acréscimo de mais 1,2 GW, totalizando 4,8 GW. A maioria dos parques eólicos no Brasil está localizado na Região Nordeste. O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram o ranking com 135 e 93 parques, respectivamente. Nos outros sete estados da região concentram 884 parques eólicos. Na Região Sul do país existem ainda 95 parques, a maioria no Rio Grande do Sul (80).
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), a Bahia possui 182 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL no ano passado. Entretanto, quando adicionados ao mercado livre de produção de energia, que são os contratos privados, o número de empreendimentos chega a 237. “Hoje a Bahia exporta energia e o potencial eólico seria suficiente para atender, em tese, seis milhões de baianos”, diz o superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios da SDE, Paulo Roberto Britto Guimarães.
Com os novos projetos, resultantes dos leilões de parques eólicos até 2016, a Bahia deve ter uma capacidade de produção de energia gerada pela força dos ventos, de aproximadamente 50% do que é atualmente produzido pelo sistema hidrelétrico controlado pela CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), em torno de 9,5 mil MW,conforme as projeções da Associação Brasileira de Energia Eólica para 2020.
Maior potencial
Além de vir a se tornar o maior produtor de energia eólica do Brasil, a Bahia é o estado que tem o maior potencial de geração, dada as suas condições climáticas e geográficas. Em 2013, segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil tinha um consumo médio de 463 mil MW de energia elétrica. Na Bahia, o potencial gerador pelo sistema eólico é de 195 mil MW, em torno de 40%.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Bahia possui 182 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL. Entretanto, quando adicionados a este número o mercado livre, que são os contratos privados de energia eólica, o número de empreendimentos chega a 237. Dos projetos em andamento, 88 totalizam uma capacidade instalada de 2.175.840 kW, o que coloca o estado em segundo maior estado brasileiro em produção. Existem ainda outros 85 empreendimentos em construção e 64 projetos que iniciarão as obras nos próximos anos. Estes conjuntos de parques estão sendo desenvolvidos em 22 municípios espalhados em todo o eixo central do estado, do Sudoeste até o norte do Vale do São Francisco.
O volume de investimentos que o setor deverá investir no Estado, considerando apenas os leilões de eólica, é de cerca de R$ 20 bilhões. “Além da produção de energia, os parques eólicos são responsáveis pela injeção de milhões de reais anualmente nas economias dos municípios e na geração de emprego. Cada MW de energia instalada equivalem a 15 postos de trabalho”, enfatizada o superintendente da SDE, Paulo Guimarães.
O superintendente da SDE, contudo, esclarece que apesar do grande potencial energético e dos investimentos já programados para os próximos anos na implantação de novos parques eólicos, o grande desafio do Governo do estado será a implantação de novas linhas de transmissão. “Ainda sofremos com o atraso de vários programas sob a responsabilidade do Governo Federal e da CHESF”, disse.
Nordeste lidera produção no Brasil
O Rio Grande do Norte é o líder na produção de energia eólica no Brasil e a Região Nordeste aparece na frente na capacidade de produção de energia a partir dos ventos. No Rio Grande do Norte, com 135 parques, produziu até o final do ano passado 3.678,85 MW de energia. O Estado tem cerca de 1.700 aerogeradores, e com os projetos já contratados terá mais 1,2 GW e mais 50 parques de geração até 2020.
Na segunda colocação, atualmente a Bahia produz nos 93 parques eólicos, 2.410,04 MW de capacidade instalada, e deverá ter o acréscimo de mais 182 parques, com uma produção acional de 3,5 MW, o que colocará o estado na primeira colocação no Brasil. Em terceiro lugar vem o Ceará, que conta com 74 parques e tem 1.935,76 MW de capacidade instalada.
Em quarto lugar aparece o Rio Grande do Sul. O estado tem 80 parques e 1.831,87 MW de capacidade instalada. Em seguida vem o Piauí, com 52 parques e 1.443,10 MW instalados, e Pernambuco com 34 parques e 781,99 MW de capacidade instalada. A expectativa é de que nos próximos seis anos devem ser adicionados mais 1,45 GW de capacidade eólica no país, decorrentes dos leilões de energia realizados em dezembro de 2016. A Abeeolica estima que a até 2020 milhões de residências sejam abastecidas com a energia eólica.
Segundo a associação, os dados no ranking de nova capacidade instalada no ano, o Brasil está em sexto lugar, tendo instalado 2,02 GW de nova capacidade em 2016. O Brasil caiu uma posição, já que o Reino Unido subiu do nono para o quarto lugar, instalando 4,27 GW de capacidade de energia eólica em 2017.
Ainda de acordo com a entidade, o país pode cair de posição nos próximos anos, porque haverá menos projetos sendo concluídos entre 2019 e 2020. A tendência é que a gente ainda oscile mais, visto que em 2019 e 2020 os novos parques geradores são menores e em 2016 não ocorreram novos leilões em 2016 e 2017, o que vai se refletir no resultado de 2019 e 2020.
Sento Sé é o maior produtor na Bahia
Um dos cinco municípios no entorno do Lago de Sobradinho, Sento Sé, a 689 quilômetros de Salvador e com uma população de 37 mil habitantes, é o maior produtor de energia eólica na Bahia. São 37 parques eólicos, entre os que estão em operação e em implantação, que até 2020 vão gerar 919,1 MW de energia. Até 2020 deverão estar em operação na Bahia, 186 novos parques eólicos em 22 municípios.
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